Vítimas apelam a Lula em São Paulo

Foto: Agência Brasil

Lula volta a se reunir hoje com ministros no Palácio do Planalto.

Vitima de atentado político em março de 1968, em acidente no qual perdeu uma das pernas, o microempresário Orlando Lovecchio Filho entregou ontem uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na portaria do Forte dos Andradas, no Guarujá, Litoral Sul de São Paulo, onde o governante e familiares passam o Carnaval.

Lovecchio, que foi beneficiado pela lei 10.923/2004, que leva o seu nome, passou a receber R$ 500,00 mensais a título de indenização. Ele considera a quantia pequena diante da gravidade e das circunstâncias que envolveram o acidente. No documento encaminhado a Lula, ele pede equiparação da indenização aos valores concedidos a 14.800 anistiados políticos do País. Depois de argumentar que, em alguns casos, a indenização chega a R$ 20 mil, Lovecchio citou como exemplo o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony que, de acordo com ele, estaria recebendo pouco mais de R$ 19 mil por mês, por ter sofrido perseguição política no regime militar.

?Não sou advogado, mas sei que legalmente o causador de um dano não pode receber benefício maior do que uma vítima?, disse Lovecchio, argumentando que, no embate entre o regime militar e opositores, não estava em nenhum dos lados.

Lovecchio foi ferido na madrugada do dia 19 de março de 1968, após deixar seu carro no estacionamento do Conjunto Nacional, onde funcionava o Consulado dos Estados Unidos. Ele foi atingido por uma bomba, lançada contra o Consulado.

Essa não é a primeira vez em que ele encaminha a reivindicação ao governo. Em junho de 2005 Lovecchio encaminhou carta de igual teor ao presidente da República e a divulgou na internet. O recebimento do documento foi registrado pelo titular da diretoria do Documentação Histórica do governo, Cláudio Soares Rocha, que informou ter enviado a carta ao Ministério da Justiça pelo ofício COR/GP/PR 124/2007.

Ontem o aposentado da Varig José Gomes Jordão fez o mesmo procedimento de Lovecchio e entregou pela segunda vez uma carta a Lula, reivindicando a suspensão na redução dos valores dos benefícios pagos aos participantes do fundo de pensão Aerus.

O presidente Lula, que não fez nenhuma aparição pública desde que chegou ao Forte dos Andradas, na manhã de sábado, deve retomar a agenda presidencial a partir das 14 horas de hoje no Palácio do Planalto, quando despacha com o ministro das Cidades, Marcio Fortes, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro da Defesa, Waldir Pires. Até ontem à noite não havia informação oficial sobre o horário da viagem de retorno do presidente a Brasília.

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