Tucanos negociam apoio ao PT

Araxá

– Os sete governadores eleitos do PSDB apóiam a realização de uma reforma tributária no primeiro semestre de 2003, mas vêem com mais urgência a necessidade de prorrogar a compensação das perdas com a desoneração do ICMS sobre exportações. “É preciso um esforço orçamentário para que seja colocado no Orçamento os R$ 3,9 bilhões necessários para que as compensações continuem ocorrendo??, disse o governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves, a jornalistas durante um intervalo do encontro.

O fundo pelo qual a União compensa as perdas dos Estados com a Lei Kandir, que desonera as exportações da cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, expira em dezembro. Aécio, organizador do encontro e atual presidente da Câmara dos Deputados, acrescentou que já abordou o assunto com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula Silva, que foi ontem à Araxá para participar do encontro. Os governadores discutiram também reformas que devem ser propostas pelo novo governo.

“Estamos dispostos a apoiar o governo (Lula) em questões pontuais, como as reformas da Previdência, tributária, política e das leis trabalhistas??, disse Aécio. Apesar do apoio prometido a essas reformas, ele lembrou que “?o PSDB estará na oposição em decorrência do resultado das urnas??. O candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador José Serra (SP), foi derrotado no segundo turno das eleições de outubro.

O governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, afastou um eventual mal-estar, que teria ocorrido entre membros da executiva tucana, em relação à presença de Lula no encontro. “O mínimo que se espera é que os governadores eleitos conversem com o governo federal. Em São Paulo, a prefeita é do PT e sou governador do PSDB. E durante um ano e meio trabalhamos juntos e celebramos parcerias??, disse Alckmin a jornalistas. Além de Aécio e Alckmin, participam do primeiro encontro dos governadores tucanos após as eleições Lúcio Alcântara (Ceará), Simão Jatene (Pará), Cássio Cunha Lima (Paraíba), Ivo Cassol (Rondônia) e Marconi Perillo (Goiás).

Encontro abre crise no PSDB

Araxá

– A Direção Nacional do PSDB e os sete governadores tucanos recém – eleitos estão em crise. Criticados pelo comando nacional pela promoção da proximidade com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, quando o partido está na oposição formal ao governo petista, os governadores reagiram à altura. Além de criar um fórum de decisão independente da direção partidária, eles simplesmente vetaram a presença do presidente nacional da legenda, deputado José Aníbal (SP), na primeira reunião de trabalho com Lula hoje, em Araxá (MG). O desconforto só aumentou ontem com declarações de repúdio à proposta de Aníbal de criar uma comissão para fiscalizar o governo Lula.

“A cúpula do PSDB somos nós. Só os frágeis acham que um encontro com adversários pode significar capitulação”, resumiu o presidente da Câmara e governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que recepcionou os colegas no Grande Hotel de Araxá.O governador de Rondônia, Ivo Cassol, foi ainda mais direto. “Falar em comissão do PSDB para fiscalizar o novo governo no dia da reunião dos governadores com o presidente Lula é pura dor de cotovelo”.

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