A cúpula do PSDB decidiu antecipar para o início de março a definição do candidato tucano a presidente da República, com o apoio do PFL, que participará da chapa indicando o vice. Reunidos ontem, para fazer uma autocrítica e analisar o cenário desfavorável de aumento da popularidade do governo petista e seu candidato Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes nacionais e líderes dos dois partidos avaliaram que é preciso acelerar o processo de escolha por várias razões.
O entendimento geral foi de que é ruim deixar Lula correndo sozinho e ganhando espaço. Também houve consenso na autocrítica da estratégia adotada pela oposição até agora. A exemplo do que avaliara o cientista político Antônio Lavareda, convocado por Tasso para fazer uma análise das últimas pesquisas eleitorais, PSDB e PFL adotaram tática errada quando decidiram poupar o presidente na crise das CPIs. "Acho que contemporizamos muito com Lula, mas não podemos mais contemporizar de nenhuma maneira", admitiu Tasso. Todos avaliaram, ainda, que é preciso abreviar a disputa entre o governador Geraldo Alckmin (SP) e o prefeito da capital José Serra porque ela desgasta o PSDB.
"A indefinição não é boa. Quanto mais cedo definirmos o candidato, melhor, resumiu o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) ao final da reunião. "O Tasso tem pressa porque conflito que desgasta muito tem que ser resolvido o mais rápido possível", concordou o líder tucano na Câmara, Alberto Goldman (SP).
Na mesma linha, o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), relatou que todos entenderam que é preciso antecipar a escolha para "dar mais nitidez ao processo e estabelecer o embate político", para que Lula não siga falando sozinho. "A indefinição da candidatura de oposição está levando Lula a ocupar sozinho todo o espaço da sucessão", afirmou o líder. E destacou que a tarefa de contraditar o adversário e estabelecer o embate frontal é do candidato. "Os líderes podem sublinhar os fatos e as bobagens que ele fala, mas o enfrentamento direto é com o candidato."