Acordo

TRT propõe 28,6% de abono a servidores da USP

O acordo feito na manhã desta quinta-feira, 04, na audiência de conciliação entre os grevistas da Universidade de São Paulo (USP) e os representantes da instituição no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região poderá levar ao fim da greve, que na quarta-feira atingiu 100 dias de duração. O desembargador Davi Furtado Meirelles propôs que seja pago o valor de 28,6% do salário nominal dos servidores como abono salarial para compensar o período sem reajuste desde a data-base da categoria, em maio deste ano. Já o aumento de 5,2% pago em duas etapas proposto pelo Conselho Universitário e reafirmado ontem pelo Conselho dos Reitores das três universidades (Cruesp) foi mantido.

Em ata, os representantes sindicais se comprometeram a defender a proposta em assembleia em data ainda não definida com os grevistas. A USP também ainda precisa referendar o que ficou acordado no tribunal. Ao final do julgamento, Meirelles fez um apelo às partes para que aceitem o acordo. “Já ficou muito desgastante a greve desde maio. A USP é um patrimônio do Brasil. É uma escola de excelência mundial”. Nova reunião do Cruesp ficou marcada para a próxima terça-feira, 09. Já a próxima audiência no TRT ocorrerá no dia seguinte.

Após a reunião, o diretor do Sindicato Magno Carvalho avaliou que não pode “prever o futuro” e que dependerá somente da assembleia a continuidade ou não da greve. “Nós não temos autoridade da nossa assembleia para aprovar a proposta”, disse. Carvalho também quer garantia da universidade de que não haverá punição aos grevistas. “Não vamos sair da greve sem um acordo que diga que não haverá nenhum tipo de retaliação”, explicou.

A procuradora Ana Beatriz Almeida Brandt, do Ministério Público do Trabalho, considerou que a proposta deve levar ao acordo entre os servidores e a USP. “Mostra-se como o melhor caminho para a solução do conflito para ambas as partes”, afirmou durante a audiência.

Salários atrasados

Outra proposta realizada pelo TRT foi a do pagamento do Vale Refeição (VR) e do Vale Transporte (VT) aos funcionários referente aos meses de julho e agosto. A USP precisou pagar os salários atrasados de julho e agosto dos servidores depois de uma liminar que considerou ilegal a suspensão dos honorários, mas não concedeu os benefícios por considerar que eles estão atrelados à prestação de serviço. De acordo com os representantes da universidade, o salário de julho foi pago hoje e o de agosto será depositado na sexta-feira.

Voltar ao topo