Tráfico planejava resgatar Beira-Mar

Traficantes brasileiros que atuam no Paraguai preparavam uma operação de resgate, até o dia 20, para retirar Fernandinho Beira-Mar da carceragem da Polícia Federal em Florianópolis, para onde foi transferido no dia 7 de outubro. O juiz Dilon de Oliveira, da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, confirmou a existência do plano, que aproveitaria a dispersão de policiais com a realização dos Jogos Nacionais de Integração da Polícia Federal, iniciados ontem, em Salvador, com a participação de 4 mil policiais federais disputando 16 modalidades esportivas.

De acordo com a PF de Mato Grosso do Sul, o setor de inteligência do órgão, em Ponta Porã, na região da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, conseguiu descobrir o plano. O traficante seria resgatado da superintendência da PF em Florianópolis e levado para uma fazenda no Paraguai. Beira-Mar teria conexões com traficantes na região de Capitán Bado, no departamento de Amambay, separado de Coronel Sapucaia, no lado brasileiro, por uma avenida. "O plano seria ousado, com a participação de muitas pessoas. Por isso, a melhor medida é o reforço da segurança para impedir o resgate", informou o juiz Dilon de Oliveira, da vara especializada em lavagem de dinheiro e crime organizado.

De acordo com o delegado Ildo Rosa, da PF em Florianópolis, o plano foi descoberto por meio de escutas telefônicas. A segurança do prédio da superintendência em Florianópolis é eficaz, segundo o delegado. A permanência de Beira-Mar na capital catarinense gerou uma série de protestos de autoridades estaduais e municipais. Na quinta-feira, o juiz da Vara Federal Criminal de Florianópolis, Frederico Valdez Pereira, determinou o arquivamento da representação da prefeitura de Florianópolis, que já tentou inclusive interditar a carceragem, contra a Polícia Federal e decidiu que a remoção só será possível por ordem judicial.

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