Testemunha que denunciou milicianos é transferida

Um homem que figura como testemunha contra a atuação de milícias em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, foi localizado por criminosos e sofreu um atentado na terça-feira à noite em Lima Duarte (MG), onde estaria escondido com a família. Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) informou que o casal incluído no Programa Federal de Proteção a Testemunha (Provita) já foi retirado da cidade de Lima Duarte, na Zona da Mata de Minas Gerais, “por motivo de segurança”.

No entanto, a secretaria divulgou que “não há evidências de uma tentativa de assassinato e o fato ainda está sendo investigado” e que “até hoje não há registro de atentados contra pessoas incluídas no Provita”. O Ministério Público do Rio de Janeiro, que gerencia o programa no Estado, também informou que não há evidências de que tenha ocorrido um atentado.

Os criminosos teriam atirado contra Vicente da Silva Júnior, que conseguiu escapar. A esposa dele, no entanto, foi espancada. Vicente delatou criminosos responsáveis pela morte de sete pessoas na favela do Barbante, em Campo Grande, em agosto de 2008.

Paramilitares se identificaram como traficantes e mataram os moradores como forma de intimidação. O ex-PM Luciano Guinâncio Guimarães foi preso por comandar o ataque. Ele é filho do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, também preso por envolvimento com milícias.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Marcelo Freixo (PSOL), vai enviar um ofício à Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SNDH) em busca de informações sobre o atentado contra Vicente. Procurada pela reportagem, a SNDH ainda não se manifestou.