Vaquinha

Campanha pra pagar remoção de tatuagem da testa de menor torturado supera valor estipulado

Foto: Reprodução

Os responsáveis por tatuar “Eu sou ladrão e vacilão” na testa de um garoto, de 17 anos, foram detidos na madrugada de sábado (10), em São Bernardo do Campo. O tatuador, Ronildo Moreira de Araujo, 28 anos, e o amigo Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, que filmou o momento, foram presos por tortura pela Polícia Civil da cidade, que confirmou a informação.

O menor foi acusado pela dupla de roubar uma bicicleta de um homem sem perna e teve sua testa tatuada na manhã da sexta-feira (9) e o momento foi registrado e postado nas redes sociais. O menino estava desaparecido e, quando o caso viralizou, a família o reconheceu e levou as gravações até a polícia.

Ele foi encontrado na tarde de sábado, na Estrada dos Casa, em São Bernardo do Campo. Foi levado ao 3.º Distrito Policial da cidade, onde prestou depoimento e negou ter furtado a bicicleta. Em seguida, o garoto foi levado ao médico e depois de ser medicado voltou para a casa da avó.

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As autoridades foram ao local do crime e a dupla assumiu que teria feito a tatuagem como forma de “punição”. O jovem não foi encontrado, mas Maycon e Ronildo afirmam tê-lo libertado.

No primeiro vídeo Maycon Wesley obriga o menino a “pedir” uma tatuagem com a palavra “ladrão”. O comparsa, que filmava o momento, grita que “vai doer”. No outro registro, a dupla faz o menino contar que tentou roubar a bicicleta de um “homem que trabalha no farol” e que não tem perna. Aos risos, os homens fazem o menino mostrar sua tatuagem e perguntam se ele gostou. Os dois estão presos no 3º Distrito Policial de São Bernardo.

Vaquinha

Para custear a remoção da tatuagem, o coletivo Afroguerrilha criou uma campanha para arrecadar R$ 15 mil. Pouco depois do meio-dia deste domingo (11), a vaquinha online já havia ultrapassado o valor estipulado pelos organizadores. Conforme o coletivo, o dinheiro também será destinado ao tratamento psicológico do menor. Além de ter a testa tatuada, ele afirmou que teve as mãos e os pés amarrados e o cabelo cortado.

Conforme a família, o garoto sofre de problemas mentais e também fazia uso de drogas. Ele já passou por orientações no Centro de Apoio Psicossocial (Caps) de São Bernardo do Campo e recebia acompanhamento do Conselho Tutelar da cidade. Os familiares disseram que o garoto é muito querido na região onde mora e que todos estavam preocupados com o desaparecimento dele, que havia acontecido em 31 de maio. Os parentes ainda estudam quais medidas judicias serão tomadas.

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