Brasília – Se depender do Ministério Público Eleitoral, a pesquisa CNT/Sensus realizada entre 22 e 25 de julho não poderá realmente ser divulgada. O vice-procurador-eleitoral Paulo da Rocha Campos entregou neste domingo um parecer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) opinando que deve ser mantida suspensa a divulgação do levantamento. O parecer poderá servir de base ou não para o futuro despacho do ministro substituto do TSE, José Gerardo Grossi, sobre o recurso apresentado pelo Sensus contra a decisão que suspendeu a divulgação da pesquisa.
No parecer, Paulo da Rocha Campos destaca o fato de que os pesquisados foram questionados inicialmente sobre o desempenho dos chefes do Executivo municipal, estadual e federal para, posteriormente, revelarem sua intenção de voto na eleição presidencial. Segundo o vice-procurador-eleitoral, há probabilidade de que o eleitor tenha sido influenciado pela avaliação dos governantes, realizada primeiramente.
Por outro motivo, na sexta-feira, Gerardo Grossi proibiu a revelação do resultado do levantamento a pedido do candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB, senador José Serra. Grossi entendeu que a pesquisa tratava de forma desigual os candidatos. No questionário, existia uma pergunta sobre a influência do vice na escolha do presidente.
O problema é que a pesquisa referia-se apenas aos vices de Lula (PT), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB). Em nenhum momento o levantamento citava a candidata a vice na chapa de José Serra, a deputada federal Rita Camata (PMDB). Inconformado com a decisão, o Sensus encaminhou um pedido de reconsideração a Grossi.
O instituto pediu a liberação do levantamento, argumentando que não divulgaria as respostas dadas às perguntas sobre os vices. Para Paulo da Rocha Campos, esse não é o problema da pesquisa. A dificuldade em aceitá-la estaria no fato de os eleitores terem sido levados inicialmente a avaliar os governantes para depois responderem em quem votarão.
A intenção inicial do Sensus era divulgar amanhã o resultado da pesquisa. Mas dificilmente isso será possível. O ministro José Gerardo Grossi está viajando e deve chegar a Brasília apenas terça-feira. Por esse motivo, ele deverá decidir o pedido de reconsideração somente a partir deste dia.