Suplente será bom negócio em 2007

Brasília – Ser suplente de senador promete ser um bom negócio em 2007. Pelo menos para os 19 suplentes dos senadores que devem ser candidatos a governador nas próximas eleições. Se todos assumirem as cadeiras dos titulares, o Senado terá mais de 20% da representação composta por pessoas que não receberam um único voto. A situação é esdrúxula, mas não será inédita na história da Casa. Em setembro de 1998, véspera de eleição, também eram suplentes 19 dos 81 senadores.

"Será a farra dos suplentes", admite o líder do PMDB, Ney Suassuna (PB), um ex-suplente no início da carreira política. Hoje, há oito senadores que foram ou são suplentes no exercício do mandato. Um deles, o empresário Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), desde janeiro na vaga de Duciomar Costa, eleito prefeito de Belém. Dois meses antes, fora preso pela PF, acusado de fraudes em licitações públicas no Amapá. Graças à lei, que não prevê votação específica para os reservas nem tem restrições a pessoas que respondem a processos, ele ganhou seis anos como senador.

A suplência – certamente o emprego mais fácil da República – em geral é entregue pelos donos oficiais do mandato a companheiros de partido. Mas não são poucos os casos em que o substituto é parente ou, quase sempre, o principal financiador da campanha eleitoral. Na legislatura passada, por exemplo, o empresário paulista Pedro Piva teve a oportunidade de passar a maior parte do mandato de José Serra no Senado, enquanto o eleito estava no Ministério do governo Fernando Henrique.

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