Suplente adia pedido de renúncia oficial de Joaquim Roriz

O advogado paulista Gim Argello, 44 anos, vice-presidente nacional do PTB e ex-deputado distrital pelo Distrito Federal é a razão da demora para o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) anunciar a renúncia ao mandato. Argello é o 1º vice de Roriz e, com a renúncia do ex-governador, ele tem o direito de assumir a vaga pelo sete anos restantes de mandato. O terceiro suplente do Roriz, é Marcos de Almeida Castro, conhecido lobista de Brasília e irmão do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o "Kakay".

Roriz pressiona hoje Argello a acompanhá-lo na renúncia, para tentar arrefecer as investigações em torno do cheque de R$ 2,2 milhões do empresário Nenê Constantino. Argello argumenta que uma renúncia desse jeito equivaleria a uma confissão antecipada de que ele cometera alguma irregularidade com o cheque. O ex-governador Roriz mandou um emissário lembrar a Argello que ele é, sim, o principal intermediário da operação com o cheque por ser amigo íntimo de Nenê Constantino e por estar diretamente envolvido em uma operação imobiliária feita na capital no valor de R$ 47 milhões, dos quais R$ 37,1 milhões já foram pagos.

Roriz avalia que a posse de Argello no Senado será apenas o capitulo seguinte de mais uma cassação de mandato – ou renúncia. Pior: com Argello sob investigação, Roriz diz que também continuará no olho do furacão investigativo, mesmo depois de ter renunciado ao mandato. O ex-governador do DF chegou a alertar o suplente para o fato de que os procuradores e o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), estão perto de provar a suspeita de o cheque de R$ 2.2 milhões era a comissão pela venda de um terreno na operação imobiliária que envolve também o empresário Wigberto Tartuce. Apesar dos apelos, Argello mantém a decisão de assumir a cadeira no Senado (Colaborou Sônia Filgueiras)

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