Solta acusada pela morte dos pais

São Paulo – Sob muitas vaias, Suzane Louise von Richthofen, acusada de planejar e executar, juntamente com o namorado e o irmão dele, o assassinato dos pais, foi libertada na tarde de ontem. Ela saiu da penitenciária feminina denominada Centro de Recuperação de Rio Claro, no interior do estado, por volta das 17h, em uma viatura da polícia. Suzane deve ir morar com a avó paterna Margot Richthofen. A avó disse à Justiça que precisa da companhia da neta.

Suzane ficou presa no local por 10 meses. A ex-universitária, de 21 anos, vai aguardar o julgamento em liberdade graças a um habeas corpus expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na terça-feira. Manfred Albert e Marísia von Richthofen foram mortos em 31 de outubro de 2002, no bairro do Brooklin, zona sul da capital paulista.

Em depoimento prestado ao juiz Alberto Anderson Filho, no 1.º Tribunal do Júri, em dezembro de 2002, Suzane disse que o namorado Daniel Cravinhos de Paula e Silva planejou, com a ajuda do irmão Christian, a morte dos pais dela.

?Ele foi plantando essa semente. Fez acreditar que minha vida era como uma bifurcação, onde só havia dois caminhos: meus pais ou ele?, contou à época.

Foi Suzane quem abriu a porta de sua casa para os irmãos Cravinhos e forneceu luvas cirúrgicas para evitar digitais no local do crime. Enquanto eles matavam seus pais com golpes de barra de ferro, ela os esperou na biblioteca. Depois de matá-los, furtaram um revólver, jóias, R$ 8 mil e US$ 5 mil. Em seguida, Suzane foi com o namorado a um motel. A farsa foi descoberta porque Christian usou o dinheiro levado da casa para comprar uma moto.

Na cadeia, a menina rica, hoje com 21 anos, conheceu um mundo novo. Passou a trabalhar, cuidando inicialmente das detentas que tinham filhos, na enfermaria do presídio. Depois, valendo-se dos estudos, começou a ensinar inglês e alemão para as presas. Apegou-se à Bíblia. Dos tempos antigos, a única recordação boa para ela é o irmão Andreas. Ele a perdoou e foi visitá-la várias vezes. 

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