Sociedade pede postura mais firme

  Antonio Cruz / ABr
Antonio Cruz / ABr

Paulo Skaf, presidente da Fiesp, com
a ministra Dilma Rousseff: firmeza.

Brasília – Representantes de vários setores da sociedade brasileira cobraram ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma postura firme diante da crise política, a punição dos culpados e retomada dos projetos do governo. Embora tenham deixado claro o apoio a Lula, todos foram enfáticos sobre a necessidade de o presidente reagir à crise. "O seu governo é maior que essas pessoas e sua trajetória é maior que seu governo", afirmou o representante da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Waldemar Verdi Junior. As manifestações ocorreram durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, minutos antes do discurso do presidente.

"A saúde da economia não é garantia de estabilidade, muito menos de sustentabilidade", disse Ricardo Young, representante do Instituto Ethos no conselho. "Os que erraram têm que pagar. Vossa Excelência não está sozinho. O País clama pela sua ação e estará unido para apoiá-lo", completou. Young pediu a Lula que "assuma as rédeas da nação sem receio e com determinação". Segundo ele, não é hora de recuar. "Vá fundo, presidente, no combate à corrupção e à impunidade", exortou.

Para o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Demétrio Valentini, o governo Lula tem direito a um habeas-corpus político. "Não só para resguardá-lo de condenações imerecidas, mas sobretudo para garantir condições de governar de acordo com o mandato constitucional que a cidadania lhe concedeu". Segundo ele, o País está saturado da "espetacularização" da política.

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou durante a reunião do CDES que "é importante nesta conjuntura que estamos passando ter uma agenda para o desenvolvimento". Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), disse que o esforço do setor empresarial é fazer com que o País não pare enquanto Brasília "se acerta". "As decisões sobre investimentos dependem do potencial do Brasil e não de um ministro", disse.

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