Situação de Renan se complica ainda mais

As denúncias de uso de intermediários para a compra de duas emissoras de rádio em Alagoas, publicadas este fim de semana na revista Veja, deixaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), numa situação mais fragilizada dentro da Casa. Senadores dos partidos de oposição já ameaçam bloquear a pauta de votação, caso Renan não se afaste do comando do Senado. "Se não renunciar, o Senado deve manter posição e se recusar a votar qualquer matéria", afirmou José Agripino Maia (DEM-RN), líder do partido no Senado.

Essa também é a posição de Demóstenes Torres (DEM-GO). "Acho que agora temos que trabalhar politicamente para ele sair da Presidência do Senado. Não dá mais. Juridicamente ele se estatelou, mas enquanto ele resiste é ruim para o Senado, porque tudo está parado. Ninguém quer votar nada com ele na Presidência", comentou o senador goiano.

Para Torres, as novas denúncias envolvendo o nome de Calheiros são mais graves do que as anteriores, quando o senador foi acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista de empreiteira Mendes Júnior. Cláudio Gontijo, funcionário da empresa, é acusado de ter pago pensão e aluguel para a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha.

Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do processo contra Calheiros que tramita no Conselho de Ética, admitiu que as novas denúncias são graves e disse que elas precisam ser investigadas. Para ele, a comissão que já investiga a situação de Renan pode avaliar as novas denúncias. "Há uma correlação entre elas, uma vez que se discute o patrimônio do senador", afirmou.

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