Brasília – O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, aproveitou a viagem com a comitiva brasileira ao funeral do papa João Paulo II para reforçar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o governo não pode continuar editando medidas provisórias em excesso. "O presidente Lula aceitou minhas ponderações e disse que vai analisá-las", disse Severino.
Também na comitiva brasileira, o presidente do Senado, Renan Calheiros, endossou as palavras de Severino, segundo o presidente da Câmara. Severino argumentou ainda com Lula que as medidas provisórias trancam a pauta e atrapalham o desenvolvimento do Poder Legislativo e isso precisa acabar "para que o parlamentar se sinta parlamentar" e possa legislar, destacou, lembrando que só 3% dos projetos dos deputados têm sido aprovados.
Para Severino, Lula é um homem sensível e vai haver um bom entrosamento entre a Câmara e o governo. "Seremos independentes, mas não inimigos", ressaltou. Prova disso, apontou o presidente da Câmara, foi o convite que recebeu para acompanhar a comitiva do País no avião presidencial.
Em Roma, Severino fez também uma visita ao parlamento italiano. Ele e o presidente do parlamento, Pier Ferdinando Casini, conversaram sobre uma maior integração entre Brasil e Itália.