Servidores querem negociar por categoria

Servidores federais fizeram ontem
uma marcha em Brasília pedindo
a melhoria dos salários.

Brasília – Representantes dos servidores públicos federais em greve pediram ontem ao ministro da Previdência Social, Romero Jucá, que as negociações sejam feitas separadamente por categoria. Segundo a assessoria de Jucá, o ministro deve tratar sobre o assunto com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Hoje, representantes dos grevistas irão se reunir na Mesa Nacional de Negociação Permanente, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com Bernardo. No início da greve, o ministro do Planejamento afirmou que o governo iria centralizar as negociações.

Os servidores públicos federais fizeram ontem uma marcha nacional pedindo a melhoria dos salários e das condições de trabalho. Eles também realizaram um ato público pela ética e contra a corrupção em frente ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Justiça. Segundo a Condsef, a marcha reuniu cerca de 10 mil pessoas e contou com a participação de trabalhadores de diversas entidades, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Recomposição

Os servidores pedem a recomposição emergencial no salário no valor de 18% pelas perdas sofridas de janeiro de 1995 a dezembro de 2004; plano de carreira para as categorias; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; incorporação das gratificações ao vencimento básico dos servidores e a realização de concursos públicos.

Segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), cerca de 150 mil servidores públicos de 31 órgãos federais aderiram à greve. A entidade afirma que a adesão chega a 75% do funcionalismo. O diretor da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, afirma que os servidores ficarão em greve por tempo indeterminado até que o governo federal atenda as reivindicações ou aceite negociar.

?Há praticamente dois anos vivemos diante de um processo falsamente chamado de negociação, mas sem ter nenhum avanço. Então não nos restou outra alternativa a não ser deflagrar essa greve a nível nacional?, afirma. ?Nós esperamos que o governo tenha entendido o recado. Essa resistência dos servidores não vai acabar enquanto não tiver uma resposta às nossas pautas de reivindicações?, acrescentou.

Segundo membro da Federação Nacional das Entidades dos Trabalhadores da Seguridade Social (Fenasps), Jorge Moreira, a manifestação dos grevistas terá continuidade até o final da semana.

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