Servidores da Cultura completam 65 dias em greve com passeata no Rio

Rio de Janeiro – Cerca de 150 servidores do Ministério da Cultura saíram nesta quarta-feira (18) em passeata pela Avenida Atlântica, em Copacabana, com o objetivo de chamar a atenção do público que acompanha os Jogos Pan-Americanos para a greve da categoria, que completou 65 dias.

Os manifestantes, que passaram pelas instalações do Pan na praia, paralisaram suas atividades em todo o Brasil reivindicando a implementação do Plano Especial de Cargos, assinado em 2005, e aumento da verba destinada à cultura no país.

A servidora da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Regina Santiago, membro do Comando Estadual de Greve dos Servidores da Cultura, apontou as más condições de trabalho como causa da saída de profissionais do setor. "Ficamos muitos anos sem concursos públicos. Em 2005 e 2006, foram abertos concursos para o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e demais entidades vinculadas, mas já há uma evasão em torno de 60% dos profissionais que entraram por esses concursos, devido às más condições de trabalho", afirmou.

De acordo com Regina, muitos dos concursados foram para outros ministérios ou para a iniciativa privada, e há ainda os funcionários mais antigos, que em breve vão se aposentar. Ela disse que teme pela estrutura pública de cultura do país diante do quadro enfrentado hoje pelo setor.

"Além disso", acrescentou Regina, "não há definição de cargos ou nenhum tipo de incentivo à qualificação dos servidores. Os profissionais podem se especializar com mestrados, doutorados, e não recebem nenhum acréscimo salarial.?

Segundo Regina, mais de 60% dos servidores do Ministério da Cultura estão concentrados no Rio de Janeiro.

Representantes do Ministério do Planejamento vêm se reunindo há cerca de um mês com os servidores da cultura para discutir os pontos do Plano Especial de Cargos. A expectativa dos servidores é que o impasse possa ser resolvido até o final deste mês, mas a greve deve continuar até que as propostas do governo para a implementação do Plano Especial de Cargos sejam aceitas pela categoria.

Voltar ao topo