Rio contra o crime

Sérgio Cabral pede que militares fiquem até outubro de 2011

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse hoje (30) que as Forças Armadas poderão permanecer até outubro do ano que vem no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade do Rio, reforçando a ocupação policial da comunidade. O pedido foi feito pelo governo do estado ao Ministério da Defesa. Na última semana, mais de 2 mil policiais do Rio e militares das Forças Armadas ocuparam o conjunto de favelas.

Cabral disse, no entanto, que não foi definido o número de militares que serão usados nos próximos meses de ocupação. “Nós combinamos de não solicitar um número porque eles têm todo um procedimento militar e eles vão avaliar, de fato, quanto precisam. Eles têm todo um modelo de policiamento, que é um modelo em que há que ter ‘xis’ militares andando juntos. Tem toda uma lógica militar que a gente tem que respeitar”, disse o governador.

De acordo com o governador, após a consolidação da ocupação com as Forças Armadas, o número de policiais será reduzido e o trabalho da polícia será mais focado na busca de armas e drogas no Alemão. “A Polícia Militar fará, junto com a Polícia Civil, um trabalho continuado de garimpo mais organizado, casa por casa, tanto para continuar recuperando armas e drogas, como para encontrar laboratórios clandestinos e bandidos escondidos”, disse.

O governador falou também sobre as denúncias de abusos cometidos por policiais durante a ocupação dos últimos dias, no Complexo do Alemão. “Vamos punir rigorosamente qualquer policial que se afaste da prática correta, que a população está tanto louvando, que é do respeito ao próximo. Aquele infeliz que não proceder assim, não vai manchar os heróis que estão trabalhando com tanta dedicação”, afirmou o governador, durante cerimônia de inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro dos Macacos, na zona norte.

O governador prometeu que, no ano que vem, o Complexo do Alemão também receberá uma UPP, que deverá contar com mais de 2 mil policiais. Em 2007, o conjunto de favelas foi alvo de operações diárias durante cerca de dois meses, entre maio e julho. A Força Nacional de Segurança auxiliou os policiais, com um cerco às entradas das favelas durante vários meses.

Em julho de 2007, o governador do Rio chegou a afirmar que a polícia não abandonaria o Complexo do Alemão. No entanto, depois dos Jogos Pan-Americanos de 2007, as ações policiais rotineiras dos meses anteriores cessaram e os policiais deixaram o local.