Senadores voltam a ouvir fiscais que investigaram trabalho escravo

Brasília – Os senadores que investigam denúncia de abusos na fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego em uma ação contra o trabalho escravo na Fazenda Pará Pastoril Agrícola (Pagrisa) voltam a se reunir nesta semana. Eles discutem uma operação que resgatou 1.108 trabalhadores em condição de escravidão na Pagrisa, em junho.

No final de setembro, a Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego suspendeu por tempo indeterminado as ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, criado em 1995 para combater o trabalho escravo no país. A decisão foi tomada sob o argumento de que haveria ?interferências políticas?.

Na manhã de terça-feira (9), a Comissão Temporária Externa do Senado deve ouvir o chefe da operação na Pagrisa, o auditor Humberto Célio, o procurador do trabalho que acompanhou a fiscalização, Luiz Antônio Fernandes e também os donos da fazenda, os irmãos Fernão e Marcos Villela Zancaner.

Em uma audiência pública realizada na semana passada, os senadores ouviram duas versões opostas sobre as condições em viviam os trabalhadores da fazenda. De um lado, o ministério apresentou fotos e vídeos das condições degradantes dos funcionários da fazenda e, de outro, a empresa contestou as provas da fiscalização também utilizando um vídeo sobre as instalações da fazenda.

A Comissão Temporária Externa do Senado foi criada a pedido do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), após uma visita à Pagrisa. Ele esteve na fazenda durante a operação de fiscalização, de acordo com a secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela. O ministério considerou a atitude do parlamentar como ?interferência? e suspendeu ao final de setembro todas as fiscalizações no país. O trabalho ainda não recomeçou.

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