Senador pede o cancelamento do PT

Brasília – O senador Cesar Borges (PFL-BA) requereu ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o cancelamento do registro civil e do estatuto partidário do PT. De acordo com a ação, há a suspeita da existência de um esquema financeiro e político – o ?mensalão? -, que destinava-se a pagamento de valores a alguns parlamentares, para que estes apoiassem o governo federal. ?As suspeitas são de que tal esquema tinha como principais operadores o publicitário Marcos Valério e o PT, por meio de sua direção nacional?, disse o senador.

?Entre idas e vindas, afirmativas e negativas, contradições e súbitas mudanças de discursos, assistimos nos últimos dias a um desfile de renúncias na direção do PT: José Genoino (presidente), Delúbio Soares (tesoureiro) e Sílvio Pereira (secretário)?, afirmou Cesar Borges. ?Por último, em entrevista, o ex-tesoureiro Delúbio Soares afirmou a existência de um caixa 2, denominando-o singelamente de dinheiro não contabilizado.?

Cesar Borges lembrou que no depoimento ao procurador-geral da República e em entrevista ao Jornal Nacional, no sábado, ?Delúbio admitiu ter recebido cerca de R$ 40 milhões em empréstimos realizados nos bancos Rural e BMG para o PT, pelo publicitário Marcos Valério, dívida que, com incidência dos juros, chegam a R$ 90 milhões?. O senador acrescentou que o dinheiro, que não foi contabilizado nas contas da legenda, teve como destino o pagamento de contas de campanhas eleitorais dos anos de 2002 e 2004.

Para Cesar Borges, a possível estratégia de assumir um crime eleitoral para esconder atos de corrupção e desvio de recursos públicos, ?além de ser vergonhosa, não parece ser tão eficaz, pois a confissão de culpa não isenta o PT de acusações de crime eleitoral e sonegação fiscal, considerando o volume de recursos e da extensão da confissão?. Além do mais, disse Cesar Borges, a mudança de discurso de Marcos Valério e de Delúbio dá indícios de que podem esconder outros fatos.

Cesar Borges disse ainda, nas suas argumentações, que ao assumirem crime eleitoral, Valério e Delúbio tentam se livrar de acusações mais graves. ?Tentam se livrar de casos de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro, e evitar que as denúncias em investigação no Congresso e no Ministério Público contaminem o governo.? O senador disse ainda que o ex-tesoureiro acabou por envolver nas suspeitas todos os candidatos eleitos pelo PT, pois afirmou que as campanhas do partido tinham caixa 2.

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