Sem avanço, Alca é zero para o País

São Paulo – Sem um avanço maior nas negociações, o Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca) renderia ao Brasil módicos 6,09% em acréscimo nas exportações para os Estados Unidos e 5,3% para o Canadá. É o equivalente a pouco mais de 1% do total vendido pelo país ao exterior anualmente. A estimativa é de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e considera o quanto o país ganharia caso fossem eliminadas todas as tarifas às importações nos EUA e no Canadá, principais mercados da Alca.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também calcula que as exportações anuais para os EUA ficariam estagnadas entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões, se a Alca fosse assinada nos termos apresentados até agora. Novos ganhos decorreriam mais do esforço individual de empresas do que do fim de barreiras prometido pela Alca. Cerca de 60% das mercadorias exportadas pelo Brasil para os EUA sofrem restrições tarifárias e não-tarifárias. Suco de laranja, aço, carnes, açúcar, álcool etanol e têxteis, nos quais o Brasil compete em pé de igualdade com a maior economia do mundo, são as mais afetadas.

“Se ficasse assim, não assinaria o acordo nem morto”, diz Maurice Costin, diretor de Relações Internacionais da Fiesp. Negociadores norte-americanos propuseram uma “Alca ambiciosa”, com a eliminação gradual de tarifas para a maioria dos produtos. Mas deixaram de fora pontos considerados cruciais pelo Brasil: o acesso ao mercado para produtos agrícolas e o fim de políticas de defesa comercial, como a legislação antidumping americana, que prejudica sobretudo o setor siderúrgico brasileiro.

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