Seguranças destroem acampamento de sem-terra em Alagoas

Na madrugada de hoje, cerca de 600 famílias de trabalhadores rurais sem-terra ligados ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) tiveram seus barracos destruídos por seguranças da Usina Utinga Leão, que foi vendida recentemente, com a intermediação do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Oportunity. Armados com revólveres, os seguranças são acusados de terem passado com tratores por cima dos barracos e até da cadeira de rodas de um garoto, filho de uma sem-terra.

Treze seguranças da usina, que fica no município de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, foram presos por policiais da Radiopatrulha (RP). Levados à delegacia, eles confessaram que destruíram o acampamento e alegaram que cumpriam ordem da direção da usina. O acampamento foi erguido em terras da empresa há cerca de um mês e já contava com 600 barracos de madeira, cobertos por lona de plástico preto. Com os seguranças, a polícia apreendeu treze revólveres calibre 38. O flagrante foi registrado na Delegacia de Plantão II, no Conjunto Salvador Lyra, em Maceió.

 

Os sem-terra se recusam a desocupar o terreno, que pertence à usina. As lideranças do movimento ameaçam fazer protesto caso a usina não devolva a madeira e a lona que perderam durante a destruição do acampamento. Os sem-terra exigem também a devolução de seus pertences levados e destruídos. Muitas famílias reclamavam que perderam televisão, geladeira e fogão, além de alimentos.

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