Risco de CPI provoca demissões na Infraero

 Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Onyx Lorenzoni: governo está realizando uma faxina.

Brasília – A ameaça de abertura da CPI do Apagão Aéreo, alimentada por investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) com foco na Infraero, fez quatro vítimas ontem. De uma só tacada, por decisão do Conselho de Administração da Infraero, foram demitidos o diretor comercial da empresa, José Wellington Moura, e o superintendente de Planejamento e Gestão, Fernando Brendaglia, além dos advogados Napoleão Guimarães Neto e Márcia Gonçalves Chaves, ambos da Assessoria Jurídica.

As demissões ocorreram no auge de uma guerra de bastidor entre o ex-presidente da Infraero, deputado Carlos Wilson (PT-PE), que contratou Moura e Brandaglia, e seu sucessor no comando da empresa, brigadeiro José Carlos Pereira, que manteve a dupla no quadro de funcionários. Em meio ao fogo cruzado, a pauta da próxima reunião do conselho inclui uma licitação suspeita para a compra de 79 ônibus no valor de quase R$ 50 milhões, que o brigadeiro terá de explicar.

As lideranças da oposição, e até o senador Tião Viana (PT-AC), da base do governo, receberam as exonerações feitas pelo Conselho de Administração na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) como uma forma do governo ?mostrar serviço? e tentar evitar a CPI do Apagão Aéreo. Para Viana, ?se o governo agiu assim é porque tem motivos. Eu não ficaria surpreso se soubesse que amanhã o governo abrisse um inquérito policial?. O líder dos Democratas na Câmara, deputado Onyx Lorenzoni, disse que o governo está fazendo ?uma faxina? prévia para evitar a CPI.

STF encaminha processo

O Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou à Procuradoria-Geral da República, ontem, o processo relativo ao mandado de segurança que pede que a Câmara dos Deputados crie uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as causas e os responsáveis pela crise do setor aéreo.

O procurador Antônio Fernando de Souza deve elaborar seu parecer no prazo de cinco dias. Depois o processo retorna ao ministro-relator no STF, Celso de Mello, que deve apresentar seu voto final aos demais ministros em plenária. 

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