Brasília – O presidente do Senado, José Sarney, disse ontem que foi ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva juntamente com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), comunicar ao chefe da nação a conclusão de acordo para a sucessão no Senado, pelo qual Renan será o próximo presidente da Casa. "Viemos comunicar nossa composição aqui no Senado e a tranqüilidade do processo sucessório aqui na Casa. Nosso objetivo político conjunto é dar ao presidente Lula o respaldo necessário para que ele possa governar. Quanto às reformas (ministeriais) que vão ser feitas, o presidente vai nos chamar na próxima semana, quando começa a conversar objetivamente sobre esses assuntos" – afirmou Sarney.
Depois da reunião com o presidente Lula, Renan, Sarney e o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), se reuniram para discutir as prioridades da Casa neste ano. Segundo eles, as reformas política e urbana são algumas das prioridades do Senado neste ano. Além desses dois pontos, eles consideram também fundamental a definição de um novo ritmo para tornar ágil a tramitação das medidas provisórias (MPs) e a reforma do processo orçamentário.
Segundo Mercadante, o objetivo da reforma ministerial, estudada pela administração federal, é consolidar uma maioria estável que o Poder Executivo jamais teve no Senado. "Mas ter segurança política não é o único objetivo. O presidente Lula também vai trabalhar no sentido de dar mais eficiência ao governo e melhores resultados às políticas públicas."
Durante o encontro, segundo Mercadante, ficou acertado que a Casa deverá concluir também as segundas fases da reforma do Poder Judiciário e da reforma tributária. Ele disse ainda que pretende buscar acordo para votação da reforma urbana. "Estamos construindo uma agenda comum e com isso dar iniciativa política ao Senado." Segundo Mercadante, o Senado também deve priorizar as negociações em torno das votações das medidas provisórias (MPs). "Não pode continuar como está, pois o Senado tem sido muito prejudicado." Mercadante acrescentou ainda que o processo para elaborar o Orçamento Geral da União deverá ser modificado. "Estes são os que nos parecem os grandes temas de 2005", afirmou. Sobre a reforma ministerial que será promovida pelo governo, o parlamentar observou que ela deve proporcionar a maioria estável ao governo no Senado.