Relatórios vão orientar trocas de ministros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve levar em consideração os relatórios de atividades de cada ministério neste primeiro ano de governo para decidir quem sai e quem permanecerá no cargo. A informação é do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci. Os relatórios foram apresentados por todos os ministros ao presidente Lula e serão consolidados para a prestação de contas que o governo fará à sociedade na sexta-feira.

?Com toda certeza, para apresentar sua avaliação à sociedade ele vai levar em conta [os relatórios] e também na questão da reforma ministerial. Mas essa é uma decisão exclusiva dele?, afirmou Dulci.

Segundo ele, amanhã o presidente, em nome do conjunto da equipe de governo, vai mostrar à sociedade o que foi feito até agora, os principais problemas enfrentados e os caminhos adotados pelo governo para superá-los.

Dulci revelou que, antes do fim do ano, haverá a confraternização de toda a equipe de governo. O ministro não informou se a bancada do PT no Congresso Nacional será convidada, mas garantiu que, mesmo com a recente expulsão dos quatro parlamentares do partido, ?o clima será o melhor possível?.

Expulsão

O ministro considerou democrática a decisão do diretório nacional do PT em relação aos rebeldes. Segundo ele, em 22 votações realizadas no Senado neste ano, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) votou contra o governo em 19.

?Foi uma atitude sistemática e continuada de votar contra o governo e, com isso, dificultar a sustentação do próprio governo. É um direito que ela tem como pessoa. Mas é claro que se o nível de divergência com as organizações democráticas do PT é tão grande assim, 90% das decisões ela vota contra, e se ali há partidos de oposição ao governo, nesse caso é melhor a separação?, avaliou.

Olívio Dutra defende diálogo

O ministro das Cidades, Olívio Dutra, defendeu ontem em entrevista à rádio CBN que o PT invista em um debate interno mais profundo e reavalie sua estratégia de partido que agora é governo.

Dutra disse não concordar com a decisão do diretório nacional do PT de expulsar os radicais. Para ele, o ideal seria uma punição menos severa, com a suspensão dos parlamentares por um período em que fosse possível dar tempo às bases do partido para discutir o problema. ?Acho que somos um partido com tradição de um bom e rico debate interno que não pode ser interrompido porque somos governo?, disse o ministro.

Para Dutra, os problemas que levaram à expulsão da senadora Heloísa Helena e dos deputados Luciana Genro, Babá e João Fontes mostram a dificuldade do partido de equilibrar as demandas surgidas a partir da condição de ser governo e os interesses históricos defendidos por parte de seus correligionários. ?Temos que governar para todo o povo e não apenas para nossos militantes?, ponderou ele.

O ministro disse que é hora de o PT parar para refletir seus rumos: ?A conduta dos parlamentares não pode ser descolada da realidade do partido. Não é uma questão fácil. O partido está necessitando de um bom debate. O partido está precisando construir a si mesmo?.

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