Rebeldes se reúnem para pedir mudanças

Rio – Nesta segunda-feira, o grupo de deputados que assinaram a CPI Mista dos Correios se reunirá no Rio para divulgar um documento propondo que, em vez de o governo e o Partido dos Trabalhadores optarem por uma agenda punitiva, que trabalhem por uma agenda ética. O documento que será redigido vai sugerir a defesa da permanência do procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, o afastamento dos ministros Romero Jucá, da Previdência, e Henrique Meireles, do Banco Central, que estão sendo investigados em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal, e a suspensão de nomeação de cargos no governo e nas estatais por critérios políticos.

Impressionado com o estrago, o presidente do PT, José Genoíno, reduziu ontem à noite a intensidade de ameaças e optou por um tom mais diplomático. Ele disse que, pelo menos por ora, os parlamentares petistas que assinaram o requerimento da CPI Mista dos Correios para investigar as denúncias de esquema de corrupção não devem ser punidos. "Não vamos transformá-los em vítimas,  nem em defensores da ética", declarou o dirigente. "Punição não é assunto prioritário nesse momento".

"O que interessa agora é o trabalho de unir forças com os oitenta deputados do PT, com os partidos aliados, fazer o enfrentamento político na CPMI e cuidar da agenda do governo Lula", continuou Genoino. De acordo com o presidente do PT, os próximos passos serão tomados em conjunto com os aliados. "Teremos o debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), depois no Plenário e na instalação da CPMI, na qual vamos mostrar que o governo Lula investiga irregularidades e combate à corrupção".

Ele comenta que o comportamento dos petistas dissidentes em relação à composição da base do governo "representa um grande momento para saber quem quer apoiar o governo Lula, quem é leal". 

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