Queda de Lula deixa alerta conselheiros da reeleição

Foto: Agência Brasil
Lula: conselho político quer o presidente no corpo-a-corpo.

A primeira reunião do conselho político de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, chegou a uma conclusão: a campanha eleitoral precisa começar. O grupo, formado por representantes dos principais partidos que apóiam Lula, reuniu-se para um jantar no Palácio da Alvorada, analisou os resultados das últimas pesquisas e, apesar de concluir que não há ainda razões para sobressaltos, cobrou que o presidente parta para o corpo-a-corpo.  

?Por conta das mudanças na lei eleitoral, a campanha começou mais tarde. Vai ser uma eleição difícil?, avaliou o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A hipótese de haver segundo turno já é aceita pelo grupo, formado por representantes do PMDB, PSB, PCdoB, PTB, PRB e PL, além do próprio PT.

O próprio Lula admitiu que tem tido dificuldade de aliar as duas agendas, de candidato e de presidente. Prometeu acompanhar mais e, segundo os presentes, mostrou disposição de entrar de vez na pele de candidato, apesar de manter a decisão de restringir as viagens de campanha aos finais de semana. Os roteiros ainda vão ser definidos, mas está certo que Lula vai se concentrar nos maiores colégios eleitorais do País.

O presidente pretende acompanhar de perto o Rio Grande do Sul – para onde já vai neste final de semana -, Minas Gerais e São Paulo. Os demais estados a serem visitados vão depender ainda da programação a ser discutida pelo conselho político nas próximas reuniões. O próprio Lula pediu aos presentes que preparem suas bancadas e os partidos nos estados para suas visitas. ?Vai depender da questão eleitoral. Serão os maiores colégios eleitorais, mas podem entrar outros não tão grandes, mas que tenham boas coligações?, disse o presidente interino do PSB, Roberto Amaral.

A cobrança maior dos aliados é pela presença do presidente e a mobilização das ruas. A falta de entusiasmo da militância, característica do PT, preocupa os aliados. Amaral foi um dos que cobrou essa mobilização. Na sua análise, o presidente do PSDB pediu que os movimentos sociais, tão envolvidos na campanha de 2002, fossem de novo mobilizados, o que não estaria ocorrendo.

O ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, ressaltou a necessidade de que se faça comparações constantes entre o governo Lula e os oito anos do governo Fernando Henrique. Essa comparação, na avaliação do ex-ministro, seria o canal para atingir a classe média no País. Foi reforçada, no entanto, a idéia do ?Lulinha Paz e Amor?. As comparações terão que ser feitas e os ataques, respondidos. Mas não por Lula.

O senador José Sarney (AP), um dos principais interlocutores de Lula na parte do PMDB que o apóia, foi um dos que apresentou um cenário mais tranqüilo. Sarney tratou do nordeste, onde o presidente tem quase 50 pontos percentuais a mais do que o candidato tucano, Geraldo Alckmin. Para segurar a vantagem, disse o senador, é preciso apenas lembrar o aumento do salário mínimo e os investimentos no programa Bolsa Família, que envia mais de R$ 300 milhões por mês para a região.

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