Brasília – Quatro novos ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram na tarde de ontem com o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), para discutir a relação do Executivo com o Congresso. Apesar de apenas Eduardo Campos (PSB-PE) ter sido oficializado pelo Palácio do Planalto no cargo de ministro da Ciência e Tecnologia, os também deputados Patrus Ananias (PT-MG), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Aldo Rebello (PCdoB-SP) já eram cumprimentados pelos corredores do Congresso como novos ministros.
Patrus, ex-prefeito de Belo Horizonte, vai assumir a nova superpasta da área Social, que reunirá os ministérios da Assistência Social e da Segurança Alimentar e Combate à Fome e secretaria executiva do Bolsa Família. Eunício, líder do PMDB na Câmara, deve assumir a pasta das Comunicações e Rebello, atual líder do governo na Câmara, vai dividir a coordenação política com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sendo responsável pelas relações com o Congresso.
Ao chegar ao Congresso ontem à tarde, após encontro com o presidente Lula, Patrus foi cumprimentado pelo deputado Luiz Couto (PT-BA), a quem disse que vai precisar “de muita luz e muita oração” na função. Depois, falou rapidamente com os jornalistas, mas disse apenas que já havia conversado com o ministro José Graziano, de quem fez questão de elogiar o trabalho.
Rebello também relutou em confirmar que assumirá o ministério, mas deixou escapar, ao ser perguntado quem seria o novo líder no Congresso, que “isso ainda não estava definido”. Após a reunião com o presidente da Câmara, Rebello foi recebido no Palácio pelo ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu. Além dessas mudanças, Lula deve entregar o ministério da Previdência a outro peemedebista, cujo nome não se definiu.
Essas alterações serão oficializadas pelo presidente antes de embarcar para sua viagem à Índia, hoje. Mas outras mudanças podem ocorrer depois de sua volta. Devido às pressões de lideranças sindicais contra a saída de Ricardo Berzoini da Previdência, Lula poderia fazer uma dança de cadeiras em alguns ministérios que permitiria sua acomodação em outra pasta.
Mas Lula tambem pensa em mantê-lo e oferecer ao PMDB o ministério dos Esportes. Que poderia ir para o senador Maguito Vilela. Nesse novo cenário, o ministro Agnelo Queiroz (PC do B-DF) – amigo de Lula- retomaria seu mandato na Câmara.
Na avaliação do governo, como o partido de Agnelo tem 10 integrantes, sendo que apenas sete são fiéis ao governo, não caberia ao PC do B dois ministérios.