PT teme antecipar debate presidencial para este ano

São Paulo – O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou ontem que o partido precisa fugir da tentação dos adversários de antecipar o debate sobre as eleições do próximo ano. Segundo ele, as discussões sobre a sucessão presidencial e dos governadores devem ser realizadas somente em 2006 e as alianças nos estados começarão a ser discutidas internamente durante o Processo de Eleições Diretas (PED), que definirá, em setembro, as novas direções do partido.

"A questão dos estados vai começar a ser discutida no bojo do PED. Não vamos precipitar o debate sucessório de 2006 e nem vamos misturar o PED com a questão de nomes", comentou o dirigente petista, em entrevista ao portal do partido na internet. "O PT tem de fugir da tentação dos adversários de antecipar o debate de 2006 para 2005. "Isso não interessa ao PT e nem ao governo", acrescentou.

Entre as principais prioridades do PT para 2005, Genoino destacou a agenda do desenvolvimento e o debate sobre rumos internos da legenda, que completa 25 anos amanhã. Sobre as reformas estruturais que precisam ser promovidas no País neste ano, ele deu ênfase à reforma política.

O presidente do PT criticou a postura do secretário de Governo e Coordenação do Rio de Janeiro e ex-governador do Estado, Anthony Garotinho (PMDB), nas articulações de apoio à candidatura avulsa do deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG), principal adversário do candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), na disputa pela presidência da Câmara.

Não faltaram também críticas para a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB) e lamentações sobre a postura do próprio Virgílio Guimarães. "Lamento que a candidatura do Virgílio esteja sendo instrumentada pelo Garotinho para fazer seu proselitismo costumeiro e sectário contra o governo", disse Genoino. "Os petistas do Rio de Janeiro e os prefeitos do partido no Estado sabem bem que são Garotinho e a governadora Rosinha Matheus. Vejo com muita tristeza esse abraço do Virgílio com o Garotinho", lamentou o dirigente petista.

Prioridade

A prioridade imediata do PT é a eleição para a presidência da Câmara. A presidência é o cargo mais importante da Câmara. Entre outras atribuições, o presidente da Câmara substitui o presidente da República quando ele e o vice-presidente estão ausentes.

Esta é uma das eleições mais disputadas na história da Câmara dos Deputados. Tradicionalmente, não há disputa pela presidência, uma vez que o cargo cabe ao maior partido. Nos últimos dias, os líderes partidários do PCdoB, PDT, PSB, PV e PPS anunciaram a formação de bloco que deve alterar a composição política da casa. No entanto, a formação de blocos não vai alterar a nova composição da Mesa Diretora.

Para discutir o assunto, a bancada do PT na Câmara dos Deputados se reúne neste domingo. Na segunda-feira (14), os 513 congressistas vão definir o nome do deputado que vai presidir a Câmara pelos próximos dois anos. Para a eleição do dia 14, valerá o quadro político existente até 15 de dezembro. O PT, com 90 deputados, continua com o direito de indicar o novo presidente. Entretanto, deputados como Severino Cavalcanti e José Carlos Aleluia apostam em um segundo turno. De acordo com o regimento da Câmara, para um candidato se eleger no primeiro turno, tem de obter a maioria absoluta (metade mais um) dos votos válidos.

E o PFL só pensa nisso: em 2006

Brasília – O PFL pretende dar ao prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, os 120 minutos do horário eleitoral gratuito do partido no rádio e na televisão. O objetivo é fortalecer candidatura de Maia à presidência da República, em 2006. O partido tomou a mesma medida em 2001 e início de 2002, quando a então governadora Roseana Sarney (MA) despontava como provável candidata do partido à presidência da República. O desafio é não ferir a legislação eleitoral, que proíbe a propaganda de candidaturas nos comerciais de um minuto conferidos aos partidos.

"Estamos tendo todo o cuidado para que os comerciais do partido não firam a lei eleitoral", diz o senador Jorge Bornhausen (SC), ao revelar que seu pedido de licença da presidência do PFL é parte desta cautela. "Eu passei o cargo de presidente ao prefeito justamente para mostrar que ele fala pelo nosso partido, é a figura mais importante do PFL", explica Bornhausen, ao admitir que não tem como falar abertamente em candidatura presidencial neste momento.

Maia já avisou que faz questão de se contrapor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas inserções pefelistas até porque, avalia, de outra forma sua candidatura não decolará. Encarregado de medir a aceitação dos comerciais pela opinião pública, Lavareda vai apresentar o resultado dos testes já efetuados. A cúpula pefelista também vai definir o roteiro de viagens de seu candidato, que já esteve no Recife e em Florianópolis. A idéia, agora, é investir no Norte e no Nordeste.

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