PT e PMDB fecham acordo no Congresso

Brasília

– O PT e PMDB fecharam ontem um pacto para ocupação da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Os dois partidos concordaram que a distribuição destes dois cargos, em fevereiro do próximo ano, deve respeitar a maioria dos parlamentares de cada partido na época da posse. Nesta conta, o PT irá apoiar o candidato do PMDB à presidência do Senado e os peemedebistas irão apoiar o nome lançado pelos petistas para a Câmara. “Vamos respeitar a tradição sobre a eleição das casas. Cada uma com sua bancada majoritária indica seu respectivo presidente”, disse na saída da reunião o líder do PT e articulador do governo de transição na Câmara, deputado João Paulo Cunha.

A reunião realizada na casa do presidente do PMDB, Michel Temer, contou ainda com a presença do presidente do PT, José Dirceu, provável futuro presidente da Câmara Federal, do articulador político do governo de transição no Senado, Tião Viana (PT), do senador Renan Caheiros (AL) e do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima. O PT é o partido que tem a maior bancada na Câmara (91). No Senado, PMDB e PFL têm 19 senadores cada. PT e PMDB irão negociar com o PFL o lançamento de uma candidatura única.

O ex-presidente José Sarney negocia a vinda dos senadores Edison Lobão (PFL-MA) e Roseana Sarney (PFL-MA) para o PMDB, o que daria maioria ao partido. O próprio Sarney é um dos candidatos favoritos a ser presidente do Senado, pelo PMDB, apesar da oposição de setores do partido. Embora seja tradição a presidência das Casas ficar com o partido de maior bancada, no passado o próprio PT lançou candidatos próprios. Segundo Cunha, o PT irá buscar negociar com os partidos, mas não irá interferir no lançamento de outras candidaturas.

O nome mais forte do PT para a Presidência da Câmara, caso não seja nomeado para o ministério de Lula, é o do presidente do PT, José Dirceu. O PMDB defende que o candidato do partido à presidência do Senado seja escolhido internamente. Entre os interessados estão os senadores José Sarney (AP), Renan Calheiros (AL) e Ramez Tebet (MS). Segundo o líder do PT na Câmara, a decisão dos nomes deve ser feita por cada partido sem que o PT influencie a disputa interna do PMDB. Cunha afirmou que os petistas não manifestaram na reunião preferências por nomes para a presidência do Senado.

“Quem foi que disse que o Lula prefere o Sarney?”, indagou o deputado, negando que o presidente eleito tenha preferência pelo nome do ex-presidente na presidência do Senado. Cunha afirmou que nada mais foi discutido, apesar de quase duas horas de reunião. A questão da governabilidade e da participação do PMDB no governo Lula será discutida posteriormente. Na tarde, a executiva do PMDB se reuniu em um hotel. O partido continua dividido quanto ao apoio ao governo Lula e quanto ao nome a ser lançado para a Presidência do Senado.

O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, acha natural o PMDB ficar com a presidência do Senado, mas não com Sarneu, “pois ele não tem nada a ver com o partido. Nunca teve”.

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