PT de Alagoas decide manter veto à aliança com o PL

A Executiva do PT alagoano decidiu hoje manter o veto à aliança com o PL. A decisão obrigará a direção nacional do partido a fazer a intervenção em Alagoas, o que, na visão dos petistas do Estado, terá significado negativo para a cúpula partidária, porque representaria um ato de força de cima para baixo. Com a medida tomada hoje, a senadora Heloísa Helena não mais desistirá de sua candidatura ao governo de Alagoas. Vai aguardar a intervenção e sua substituição por outro nome, possivelmente o vereador Judson Cabral.

?A Executiva nacional terá de intervir em Alagoas, porque o PT local decidiu manter a ata na qual rejeita a coligação com o PL?, afirmou Heloísa Helena. Na noite de terça-feira, na última sessão do Congresso do semestre, ela fez um discurso carregado de emoção e afirmara que não aceitaria a coligação com o PL, porque em Alagoas o partido é constituído ?por colloridos (seguidores do ex-presidente Fernando Collor), moleques de usineiros e gente enquadrada pela CPI do Narcotráfico?. ?Minha grande vontade era enfrentar esse canalha do Collor e agora que tenho a oportunidade, o partido não deixa?, afirmou a senadora, imediatamente após o término da reunião do PT de Alagoas.

Collor vai disputar o governo alagoano pelo PRTB. Ele chegou a trabalhar com a possibilidade de disputar o Senado, mas desistiu. Nos partidos de Alagoas circula a informação de que o ex-presidente conseguiu o apoio dos usineiros somente para disputar o governo do Estado.

Intervenção – O PT vai mesmo intervir em Alagoas. O secretário nacional de organização do partido, Silvio Pereira, anunciou ainda na terça-feira que serão cumpridas, rigorosamente, as determinações do estatuto do partido no caso da recusa à coligação com o PL em Alagoas. Ele lembrou que o diretório estadual registrou ata no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que exclui o PL da coligação liderada pelo PT em Alagoas. Isso contraria a decisão do diretório nacional, tomada por 34 votos a favor da coligação, 30 contrários e 8 abstenções.

Além de Alagoas, os Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte também se manifestaram contrários à coligação com o PL. Mas foram logo enquadrados. O único Estado a permanecer rebelde foi o comandado pela senadora Heloísa Helena. No dia 28, quando foi decidida a coligação nos três Estados, Heloísa retirou-se da reunião do diretório nacional e anunciou que, se fosse mantida a aliança com o PL, renunciaria à sua candidatura. Agora, com a decisão do PT alagoano de não recuar, o diretório nacional terá de fazer a intervenção e afastar Heloísa da disputa.

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