Rio – A Polícia Federal (PF) começou ontem a Operação Platina, para desmontar uma quadrilha internacional de tráfico de drogas que atua no Brasil, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos e Espanha. A quadrilha traficava entre 500 quilos e uma tonelada de droga por mês para a Europa e os Estados Unidos, passando pelo Uruguai.
A operação, coordenada pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado de Brasília, com o objetivo de atacar a base financeira da quadrilha, foi executada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Cerca de 250 policiais cumprem 11 mandados de prisão e 40 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4.ª Vara Criminal do Estado do Rio, onde era feita a lavagem de dinheiro. O esquema envolvia a compra de empresas de transporte de combustíveis e de postos de gasolina – seis na capital fluminense e dois no interior do estado. A Operação Platina é resultado da troca de informações da Polícia Federal com as polícias de outros países, como Uruguai, Inglaterra, Colômbia, Espanha e Estados Unidos.
O saldo parcial da operação é de 9 presos, mais de 40 bens imóveis seqüestrados, 92 contas bancárias bloqueadas, oito postos de gasolina interditados e uma indústria petroquímica fechada. De acordo com o superintendente regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Delci Carlos Teixeira, a quadrilha é responsável pelo envio de até uma tonelada por mês de cocaína produzida pelo cartel do Vale do Norte, na Colômbia, para os Estados Unidos e Europa.
Conforme o coordenador nacional da Operação Platina, delegado Júlio César Bortolato, o chefe da quadrilha é o colombiano Alexander Pareja Garcia, detido ano passado em São Paulo, e atualmente preso em Brasília. Mesmo preso, Pareja mantinha sua base de operações envolvendo familiares, testas-de-ferro e doleiros no Rio de Janeiro. Segundo as investigações da Polícia Federal, há informações de que em apenas uma semana o grupo aplicou mais de R$ 40 milhões provenientes do tráfico de drogas.