Recife – Fabrício Fernandes e Jataitan da Silva de 20 e 22 anos, fugiram na madrugada de domingo da cadeia da ilha de Fernando de Noronha. Eles serraram a grade da cela e caminharam até o porto da ilha, que fica a cerca de 1,2 quilômetro, onde roubaram uma lancha da empresa Atlantis. Os fugitivos pretendiam chegar ao continente pela costa do Rio Grande do Norte, área mais próxima do arquipélago. Mas, como a embarcação não tinha combustível suficiente, a Polícia Militar – responsável pela cadeia – acredita que os fugitivos estejam à deriva.
De acordo com a assessoria de comunicação da PM, a cadeia tem apenas duas celas, com capacidade para quatro pessoas. Além dos fugitivos, encontra-se presa mais uma pessoa, por roubo à agência do Banco Real na ilha.
Avião da Aeronáutica deve fazer hoje pela manhã um sobrevôo na área. A idéia é tentar localizar o barco para que a Marinha envie navio-patrulha ao local e capture os fugitivos. Fernandes é acusado de furto e Silva de tentativa de homicídio. A Polícia Militar abriu inquérito para apurar se houve participação, na fuga, dos policiais militares que fazem a guarda da cadeia.
A PM informou que o presídio político que existia na ilha na época da ditadura militar foi desativado e a minicadeia vem sendo usada desde 2000, em instalações adaptadas, onde já existiu um quartel do Exército, na Vila do Trinta. A cadeia não tem laje.
O delegado local, Renato Leite, disse não ser comum fugas em Noronha, assim como não era comum a ocorrência de crimes no local. Na sua avaliação, a criminalidade é decorrência da exploração turística.