A Polícia Civil de Franca, no interior de São Paulo, prendeu nesta terça-feira (16) duas pessoas acusadas de fraudar exames de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O dono de uma auto-escola e um "laranja" que fazia exames teóricos no Centro de Formação de Condutores (CFC) para outras pessoas foram detidos acusados por três crimes: uso de documento falso, falsificação de documentos e tentativa de estelionato.
O delegado Wanir José da Silveira Júnior, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), deverá incluir ao final do inquérito um quarto crime – formação de quadrilha – o que elevaria a possível pena de ambos para quatro a 12 anos de prisão. Pelo menos três CNHs encontradas são falsas e serão cassadas, mas a polícia investigará se existem outras, e inclusive se outras auto-escolas usaram o mesmo esquema na cidade.
Ontem, Anderson Inácio de Paula foi detido por investigadores quando se preparava para fazer a prova em nome de Márcio da Silva (foragido, que teria feito pessoalmente apenas o exame de vista). De Paula, que usava o documento de Silva com sua foto, revelou que estava a mando de Sidnei Júnior Fernandes, dono da Auto-Escola Únika. Fernandes lhe descontaria R$ 100 do valor da CNH de sua mulher (R$ 300). De Paula fez outros dois exames nos últimos 60 dias passando-se por outra pessoa.
De Paula e Fernandes estão presos na Cadeia da Guanabara. A Únika emitiu mais de 180 CNHs neste ano e a polícia investigará se existem outras irregularidades. Pela Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) também correrá um processo, que poderá culminar com a lacração da auto-escola responsável pelas fraudes.