O presidente Lula, que chegou na noite de ontem a Cuba, em visita oficial, iniciou conversações com as autoridades locais. As autoridades cubanas confirmaram que Lula e o presidente interino, Raúl Castro, se reunirão nesta terça. Ele chegou na noite de segunda ao aeroporto de Havana e foi recebido pelo chanceler cubano, Felipe Pérez Roque.
As negociações começaram nesta segunda-feira e continuam hoje. O objetivo é firmar contratos milionários com Raúl Castro, que substitui seu irmão no cargo há 17 meses.
A agenda de Lula visa a reforçar a cooperação bilateral com Cuba e não descarta um eventual encontro com Fidel Castro, 81, que se recupera após sérias intervenções cirúrgicas.
Fontes brasileiras afirmaram no fim de semana que Lula pensa em propor a Cuba U$ 500 milhões em fundos de investimentos.
As mesmas fontes disseram que se estabelecerá uma ampliação de negócios no setor petrolífero, com a realização de operações exploratórias pela Petrobras nas águas cubanas do Golfo do México, onde já foram localizadas jazidas. Nenhuma dessas informações foi confirmada por Cuba.
A agenda de Lula inclui temas sociais. O ministro da Educação, Fernando Haddad, que se adiantou a Lula em sua chegada a Havana, disse à imprensa que o Brasil ampliará o uso do método cubano de alfabetização, adaptado ao português, para reduzir a taxa de analfabetismo – calculada em seis milhões de pessoas.
Há anos os países cooperam na área da saúde. Na década passada, o sistema "médico da família", criado em Cuba, foi levado a Niterói, Rio de Janeiro.
O comércio entre Cuba e Brasil foi de mais de U$ 453 milhões em 2006, contra pouco mais de U$ 117 milhões em 2002.