Presidente da Abin defende sigilo de despesas da Presidência da República

Brasília – O diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), Paulo Lacerda, defendeu nesta quarta-feira (9) o sigilo das despesas da Presidência da República. "O sigilo é absolutamente necessário. Esta é a nossa necessidade. Não podemos ficar expostos a uma situação que possa causar algum tipo de ameaça ao presidente, ao vice ou aos seus familiares. Há que se ter rigor", disse Lacerda na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.

Segundo ele, o sigilo é necessário para evitar acesso à rotina e a lugares onde são são comprados alimentos, bebidas e objetos usados pelo presidente. "É preciso ter uma preocupação com quem vende esses produtos, saber se a pessoa é confiável para fornecer o produto".

A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) lembrou que a declaração de Paulo Lacerda é contrária à do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Félix. Ele disse ontem (8) à CPI que nem todos os gastos da Presidência são sigilosos.

"Comprar uma garrafa de vinho não é uma questão de segurança. Comprar material de piscina também não é questão de segurança nacional. Uma vez na vida, comprar uma maquiagem, pelo amor de Deus, não dá para explicar à  sociedade que isso seja de segurança nacional", reclamou a senadora. "A pessoa tem de ser confiável, mas não quanto à nota fiscal, quanto ao gasto, o quanto pagou e o que comprou. Isso tem de ser divulgado", acrescentou.

"Acredito que seja necessário sim ter essa cautela, rebateu Paulo Lacerda. Ele disse ainda que na Abin, no ano passado, os gastos sigilosos representaram 16,9% – R$ 11 milhões – do total de R$ 69 milhões.

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