Presidente constrange o Planalto

Brasília – Está cada vez mais difícil para o cerimonial do Palácio do Planalto explicar a convidados e autoridades os atrasos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, o presidente deixou atletas e dirigentes paraolímpicos esperando por duas horas e meia numa sala próxima ao gabinete de trabalho, no terceiro andar do palácio.

Prevista para as 11h30, a solenidade de assinatura de convênios de patrocínio entre a Caixa Econômica Federal, o Comitê Paraolímpico Brasileiro e a Confederação Brasileira de Atletismo só começou às 14 horas. O evento ocorreu de portas fechadas. Fotógrafos e cinegrafistas tiveram acesso por alguns minutos ao local para fazer imagens.

Sem esconder o constrangimento, o ministro do Esporte, Agnelo Queiróz, explicou, à tarde, que Lula teve uma agenda "intensa" pela manhã, o que resultou no atraso da solenidade. "O importante é que esses patrocínios são exemplos para o Brasil", disse o ministro, numa entrevista às 14h20.

Imprensa, dirigentes e atletas reclamaram que a solenidade foi muito rápida, Lula apenas assinou os documentos, conversou rapidamente com o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, presente ao encontro, e se retirou da sala. A Presidência da República não se pronunciou até o final da tarde sobre a demora da solenidade no Planalto.

Anteontem, o presidente deixou o governador do Amazonas, Eduardo Braga, esperando por duas horas na porta do gabinete. Há cerca de um mês, quem tomou "chá de cadeira" presidencial foi um grupo de oficiais das Forças Armadas. Os militares, que costumam se comportar da forma mais formal possível, acabaram mudando as posições das cadeiras para bater papo, enquanto o presidente não aparecia à cerimônia.

Numa viagem a Londres, em 2003, o presidente Lula atrasou dez minutos para um encontro com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Na terra da pontualidade, o atraso de Lula irritou a imprensa internacional que o aguardava.

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