O Partido Progressista se revoltou ontem contra as declarações do relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), sobre a possibilidade de um grande acordo entre partidos da base aliada, com o objetivo de livrar de cassação, no plenário da Câmara Federal, os deputados que tenham sido considerados culpados em relatórios do Conselho de Ética.
Entre estes deputados, estão dois líderes do PP: Pedro Correa (PE) e José Janene (PR). Em correspondência enviada pela liderança do PP ao deputado Osmar Serraglio, o partido protesta contra as declarações à imprensa feitas pelo parlamentar sobre a existência de "acordão" para livrar deputados da cassação. Segundo a carta, assinada pelo líder em exercício, deputado Mário Negromonte (BA), as declarações de Serraglio ofendem e denigrem a imagem do Congresso Nacional e dos parlamentares, "numa atitude que pode ser considerada quebra de decoro".
Negromonte solicita, também, que Osmar Serraglio informe o nome dos partidos políticos e dos deputados que supostamente fazem parte do "acordão" e apresente as devidas provas "que sustentam tão graves acusações". Negromonte diz que "as declarações de Vossa Excelência foram rebatidas, no mesmo dia, pelos líderes do PFL, deputado Rodrigo Maia, e do PL, deputado Sandro Mabel, que consideraram como denúncias vazias contra o Congresso Nacional, prejudiciais à imagem tão desgastada da instituição e dos políticos".
Ele diz aindas que "outros parlamentares também repudiaram as opiniões de Vossa Excelência publicadas nos jornais de todos os estados, como a senadora Heloisa Helena, do Psol, e o deputado Doutor Rosinha, do PT, que afirmaram ontem às agências de notícias desconhecer qualquer negociação para a realização do dito "acordão".