PP, PR e PTB se rebelam e cobram cargos no governo

A instabilidade do cenário político, marcada pelo caso Renan e a pressão do PMDB por nomeações no segundo escalão, no momento é agravada pela rebelião de um grupo nada desprezível de aliados: a trinca PP, PR e PTB, que soma 103 deputados. Na terça-feira, eles ajudaram a oposição a aprovar modificação na Medida Provisória 372 que permite refinanciamento de dívidas rurais. Graças ao bloco, foram incluídos entre os beneficiários os produtores rurais inadimplentes. O governo perdeu por 12 votos.

No dia seguinte, o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), traçou cenário sombrio sobre as insatisfações em seu partido e nos outros dois aliados, em café da manhã com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. As legendas cobram cargos no segundo escalão e liberação de emendas. No fim da tarde, o ministro recebeu no Palácio do Planalto os líderes do PR, Luciano Castro (RR), do PP, Mário Negromonte (BA), e do PTB, Jovair Arantes (GO).

Segundo um dos participantes, foi uma ?conversa dura?, mas o ministro ?prometeu o céu?. Pela manhã, Mares Guia já tinha prometido a Múcio empenho para desatar os nós, especialmente na equipe econômica, para conseguir liberação de emendas.

?Nós temos um peso importante de decisão na Casa e, diferente do PMDB, votamos unidos. Temos compromisso com o presidente Lula e com o programa de governo, mas queremos nossos pleitos atendidos para manter a base unida?, disse Castro. Múcio acha isso natural. ?Não é chantagem. São pleitos legítimos de partidos aliados?, defendeu.

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