Polícia ouvirá empresas sobre queda de arquibancada

A Polícia Civil de Marechal Cândido Rondon, cidade paranaense localizada a 580 quilômetros de Curitiba, começa a ouvir nesta semana os proprietários das empresas Pirâmide e Benitex & Mosconi, responsáveis, segundo a corporação, pela utilização da arquibancada móvel que desabou durante a Quinta Etapa da Prova de Arrancada, em Quatro Pontes, e deixou 128 pessoas feridas, conforme levantamento divulgado pelo Corpo de Bombeiros.

Além dessas empresas, a Geane Pletsch, especializada em estruturas metálicas e contratada da prefeitura de Quatro Pontes, também deverá ter seus responsáveis ouvidos no inquérito policial.

A empresa, que ganhou licitação, é a responsável pela manutenção das estruturas para os eventos do município. O prefeito Rudi Kuns também deverá prestar depoimento.

Segundo o delegado de Marechal Cândido Rondon, Ary Nunes Pereira, esse será primeiro passo da investigação. “Vamos primeiro avaliar o material utilizado. Depois vamos relacionar todos os feridos e pedir para que venham à delegacia prestar depoimentos para sabermos detalhes sobre o que ocorreu. Por fim, os organizadores serão chamados a depor”, disse.

Na opinião dele, um dos principais motivos para a queda, independentemente da perícia, foi a falta do laudo técnico dos Bombeiros. “Como não havia laudo, não poderiam prever a capacidade que a arquibancada suportaria”, afirmou.

Perícia

 

Hoje, peritos do Instituto de Criminalística de Cascavel estiveram no local para iniciar a análise do material utilizado na arquibancada. O laudo deverá estar pronto dentro de duas semanas, mas um dos técnicos, Alex Tavares, informou que há indícios de falhas na estrutura.

“Soldas mal feitas, oxidação do material e algumas coisas fora do padrão indicam isso (falhas)”, disse ele, explicando que na estrutura havia calços de madeiras e emendas com arames.

O capitão Rogério Araújo, do Corpo de Bombeiros de Toledo, disse que ninguém sabia da prova. “Não nos foi solicitado laudo técnico, não nos comunicaram nada”, afirmou ele, lembrando que a lei exige um laudo antes de eventos desse porte.

Apesar da gravidade do acidente, não houve morte, mas pelo menos 22 pessoas tiveram lesões graves e duas permanecem internadas em hospitais de Toledo, entre elas uma mulher grávida.