Polícia já pode pedir prisão de Valério, diz relator

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse ontem que, diante da descoberta de um esquema de fraude na emissão de notas fiscais patrocinado pelas agências de publicidade DNA e SMPB em duas cidades mineiras, a Polícia Federal e o Ministério Público já têm elementos para pedir a prisão preventiva do dono das empresas, Marcos Valério Fernandes de Souza.

Serraglio disse que a CPI não tem poderes para pedir a prisão à Justiça. Para o relator, a decisão se justificaria porque Valério estaria usando documentos adulterados para atrapalhar as investigações sobre corrupção envolvendo o PT e o governo. "Com esses dados das notas, é de se supor que a Polícia Federal requeira (a preventiva). Temos interesse nisso."

O relator disse temer, no entanto, que Valério saia impune ao fim das investigações. "Ele leva vantagem perante a Justiça porque tem comparecido a prestar esclarecimentos, às vezes voluntariamente. Mas acho que ele tem absoluta confiança na impunidade desse País. Ele sabe que é só aguardar o processo, que acabará nas calendas."

Segundo Serraglio, o objetivo de Valério ao montar o esquema de notas falsas era "tanto sonegação fiscal quanto esconder a corrupção". Para ele, a descoberta é mais um indício "que conduz à sonegação fiscal, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e corrupção".

Na avaliação do relator, as retificações feitas por Valério nas contas de suas empresas e encaminhadas à Receita "continuam a esconder ilícitos cometidos". Ele deu dois exemplos: "Até hoje não consta a nota de R$ 12 milhões da Eletronorte dada como garantia ao BMG para o empréstimo à SMPB e os R$ 35 milhões da Visanet também não foram contabilizados."

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