Polícia Federal só não parou em Alagoas e Santa Catarina

Policiais federais de 24 estados e do Distrito Federal paralisaram as atividades ontem, em protesto ao não cumprimento do acordo de reajuste salarial de 30% firmado no ano passado com o governo. Cada estado deliberou sobre a forma como iria promover suas manifestações e protestos com exceção de Alagoas, que não aderiu à paralisação em protesto à demissão de um de seus escrivães, e Santa Catarina, onde apenas os delegados cruzaram os braços. No Paraná, o sindicato que representa a categoria garantiu que houve 100% de adesão do efetivo, salvo o disponibilizado para serviços essenciais. Ainda assim, o Estado não registrou tumultos ou problemas nos portos, aeroportos ou na fronteira com o Paraguai.

Na Bahia, os policiais protestaram vestindo uniformes do avesso; já em Pernambuco, foi jogando dominó e xadrez, com direito a carro de som. Em São Paulo teve fila para tirar passaportes, os quais só foram emitidos em casos de emergência e, no Rio de Janeiro, a paralisação ocorreu sem maiores tumultos.

Em Curitiba, na sede da Polícia Federal da rua Dr. Faivre, onde é feita a emissão de passaportes, a procura foi pequena na manhã de ontem. Mesmo com a divulgação da greve, teve gente que foi pega de surpresa, como a estudante Mariana Furtado, que tem viagem marcada para abril. ?Só espero que a greve não continue?, disse. Já na Ubaldino do Amaral os policiais ficaram concentrados em frente ao prédio, atuando apenas nos serviços de plantão e emergenciais. Em Cascavel, o protesto consistiu na queima de 3,5 toneladas de maconha e 31 quilos de cocaína, apreendidos desde o final do ano passado.

Precipitada

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, considerou precipitada a greve de 24 horas e ressaltou que o governo está aberto a negociar com os agentes. O ministro voltou a defender a regulamentação do direito de greve do servidor público, proposta que causou polêmica no setor sindical no início deste mês por restringir o direito a setores essenciais do serviço público. ?Temos de avançar na discussão de como tornar lei o processo de negociação com os servidores e, ao mesmo tempo, regulamentar o direito que existe na Constituição?, disse o ministro.

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