PMDB já negocia cargos em troca de apoio à reeleição

Foto: Arquivo/O Estado

Renan Calheiros: negociando com Lula.

O PMDB já comunicou ao Planalto que cota de poder deseja na Esplanada dos Ministérios para seguir na montagem de palanques fortes para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 21 estados. Decidida a retomar o controle do Ministério da Saúde, a cúpula governista levou a Lula a indicação do atual presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Paulo Lustosa.

Além disso, o partido reivindica a presidência da Eletrobrás, posições na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), todas as diretorias da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e pelo menos uma diretoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Um dirigente peemedebista conta que os cargos foram discutidos na conversa que Lula teve com o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP) na noite de segunda-feira no Planalto. O encontro foi marcado logo depois de a Executiva Nacional do PMDB sepultar a proposta de candidatura própria, por 12 a 0. A expectativa da cúpula governista do partido é de que o presidente comece a nomear os peemedebistas já na segunda-feira, uma vez que todas as mudanças têm de ser concluídas até dia 30, quando se encerra o prazo que a lei estabelece para nomeações em ano eleitoral.

A ofensiva por cargos foi desencadeada porque os aliados apostam todas as fichas na reeleição de Lula. Mais do que negociar posições no Executivo até o fim deste ano, o PMDB movimenta-se para assegurar, desde já, espaços em um eventual segundo governo do petista. No caso da Saúde, por exemplo, o partido quer evitar disputas futuras com o PT. ?Tudo que o Planalto pediu ao PMDB e que era possível fazer, foi feito?, diz um dirigente da legenda, para quem chegou a hora de começar a construir o tão falado governo de coalizão. ?Agora vamos testar se essa proposta (de coalizão) é ou não para valer.?

Para selar a parceria eleitoral, a expectativa é de que Lula convide um peemedebista para participar da coordenação de sua campanha. Segundo um cardeal da cúpula governista, o objetivo das negociações agora é garantir a presença do PMDB no chamado ?núcleo duro palaciano?, para que o partido participe da discussão de programas e da definição de estratégias para o segundo mandato.

Voltar ao topo