Planalto tem que negociar para se reforçar

 Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara
Osmar Serraglio: pauta consistente

Brasília (Agência Câmara) – Na nova sessão legislativa que começou ontem, o governo federal tem como maior desafio restabelecer sua base aliada para aprovar os projetos que considera prioritários. Duas questões pairam sobre as bancadas da Câmara e do Senado: a derrota do governo no caso da prorrogação da CPMF e as eleições municipais, a serem realizadas em outubro de 2008.

O governo tem maioria na Câmara, 367 dos 513 deputados (71%) pertencem a partidos aliados, e no Senado são 53 dos 81 senadores (61%). Mas na votação da CPMF, a fidelidade à orientação partidária não ocorreu. Em segundo turno foram 333 deputados a apoiarem a medida, e no Senado ela foi apoiada por apenas 45 parlamentares. Oito senadores da base aliada votaram contra a CPMF e, apesar das negociações, nenhum dos oposicionistas desobedeceu seu partido.

Como era uma PEC, que precisa de aprovação de 2/3 dos parlamentares, a matéria acabou não sendo prorrogada. Na Câmara a margem é maior, e o governo não espera problemas, mas vai ter de negociar no Senado. Alguns parlamentares se dizem ressentidos com o que chamam de ?tratorada?, ou seja, a forma como o governo aprova projetos na Câmara sem discuti-los com a oposição.

O primeiro-secretário da Câmara, Osmar Serraglio (PMDB-PR), acredita que poucos parlamentares fazem uma oposição sistemática ao governo. Para ele, o governo precisa apresentar uma pauta consistente de prioridades. No caso da CPMF, por exemplo, Serraglio avalia que havia oposicionistas favoráveis. ?Caso o governo apresente boas propostas, mesmo na oposição haverá quem vote a favor?, disse.

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