PFL e PSDB duvidam que Lula cumpra promessa

Os dois principais partidos de oposição, PSDB e PFL, duvidam que o presidente Lula possa cumprir a promessa de fazer de 2004 o ano do emprego. A ausência de marcos regulatórios nos setores fundamentais da economia, sobretudo em infra-estrutura, é o principal entrave à criação de empregos, na opinião dos líderes. Também citam as taxas de juros e o confronto com os Estados Unidos.

Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), é necessário que o governo seja mais claro na definição de regras para a economia, sob o risco de afugentar investidores. ?Lula precisa parar com essa tolice de dar força às idéias esquisitas da ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia), que quer uma reestatização indireta do setor elétrico?, atacou. Ele acusou a ministra de querer transformar esse assunto em questão de governo e não de Estado. ?Apenas dela e de seus assessores.?

Bravata

Líder do PFL, o senador José Agripino (RN) faz coro ao colega. ?Para criar emprego em 2004, como prometeu Lula, o governo terá de adotar, pelo menos, três medidas: cuidar dos marcos regulatórios, baixar a carga tributária, e desistir do confronto com os EUA.? E acrescenta: ?Se o presidente não fizer isso, não vai atrair investidores externos e nem mesmo os internos estarão encorajados para gerar empregos. Fora isso, é mais uma bravata e um tiro no pé.?

Alberto Goldman (SP), vice-líder tucano na Câmara, concorda que a política do governo não estimula os investimentos para criar empregos. ?Juros altos e sistema regulatório indefinido não permitem investimentos. Sem investimentos, não tem produção nem empregos.? Ele avalia que antes de tudo é necessário ter um sistema regulatório confiável. ?O governo destruiu essa confiança e isso não é fácil de recuperar.?

O líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), acha que nem Lula acredita no que fala. ?O presidente sabe que 2004 não será um ano promissor. O Orçamento que aprovou não permite isso. As condições objetivas da economia impedem que seja um ano excepcional, com geração de emprego.?

Aleluia argumentou que Lula tem dois tipos de comportamento. ?O presidente trabalha um pouco com a racionalidade e outro com a emoção e a criação de expectativas na sociedade?, diz.

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