Partidos entram em ebulição no Congresso

Brasília – Praticamente todos os partidos nacionais estão em ebulição, a começar pelo maior deles, o PMDB. Neste partido, os governistas contra-atacaram a ala oposicionista do partido nesse fim de semana, com a filiação de seis deputados de partidos da base aliada. A medida é uma resposta à estratégia do secretário de Governo do Rio, Anthony Garotinho, de derrubar o atual líder do partido na Câmara, José Borba (PR), aliado do Palácio do Planalto.

Há duas semanas, Garotinho atraiu oito parlamentares para o PMDB, na tentativa de eleger como novo líder da legenda o deputado Saraiva Felipe (MG), representante da ala oposicionista. Com o apoio do Planalto, os governistas reagiram e anunciaram a filiação dos deputados Lupércio Ramos (AM), ex-PPS, Lino Rossi (MT), ex-PP, Lúcia Braga (PB), ex-PT, Renato Cozzolino (RJ), ex-PSC e Ênio Tatico (GO), ex-PTB.

Com isso, o PMDB supera o PT em número de deputados e se torna a bancada mais numerosa na Câmara, a exemplo do que ocorre no Senado. Agora, são 91 os deputados peemedebistas. Na estratégia definida com o governo para impedir o avanço de Garotinho, o partido se comprometeu a não requisitar o comando da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, geralmente escolhida pela maior bancada da Casa.

As mudanças foram conduzidas pelos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), que pretendem impedir a reeleição do deputado Michel Temer (PMDB-SP) à presidência do partido. O objetivo é assegurar a eleição de um governista para comandar a convenção que irá definir se o partido terá ou não candidato próprio à presidência da República.

Tucanos

Enquanto isso, os tucanos também vão se inchando. A bancada do PSDB na Câmara inicia a sessão legislativa de 2005 com seis novos deputados, somando 53. Com o afastamento dos deputados que assumiram cargos no Executivo municipal após as eleições de outubro passado, o partido ganhou cinco novos parlamentares: Walter Barelli, Xico Graziano e Sílvio Torres (SP), Antenor Naspolini (CE) e Capitão Wayne (GO). A esses suplentes soma-se o deputado Gustavo Fruet (PR), que trocou o PMDB pelos tucanos.

Já a bancada do PPS perdeu três parlamentares nos últimos dias. Ivan Paixão, que era suplente por Sergipe, teve que deixar o cargo para dar lugar ao titular, do PMDB. Agnaldo Muniz se desligou do partido para se filiar ao PP de Rondônia e Lupércio Ramos foi para o PMDB do Amazonas. O anúncio foi feito oficialmente pelo líder do partido, Júlio Delgado (MG), durante reunião da bancada. Com as saídas, o PPS tem agora 18 deputados federais.

O presidente do PPS, Roberto Freire (PE), lamentou principalmente a saída de Lupércio para o PMDB, que como o próprio parlamentar afirmou, foi motivada por um pedido do governador do Amazonas, Eduardo Braga (PPS).

Petistas, o velho problema do PT

Brasília – Enquanto os outros partidos estão se preocundo em aumentar o número de parlamentares, para garantir maior presença nas comissões, o PT vive um drama muito particular, velho e sem controle. Como apaziguar suas tendências internas. A mais nova dor de cabeça do partido é o que fazer com o deputado Virgilio Guimarães (MG), uma de suas lideranças históricas, que desafiou todo mundo: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Partido José Genoino e saiu candidato avulso, provocando mais uma crise interna. E enquanto isso ocorreu, o partido perdia outra liderança histórica: Plinio Arruda Sampaio que saiu do PT lamentando os novos rumos que a agremiação tomou. E, de quebra, levou uma centena de militantes. E prometeu levar mais. Estas duas defecções se somam às da senadora Heloisa Helena que formou com a deputada Luciana Genro e o deputado Babá a primeira leva dissidente do governo Lula.

Em entrevista ao site do PT, Genoino disse ser inaceitável a recusa de Virgílio Guimarães (PT-MG) em desistir da disputa. O presidente do PT disse que o partido será firme na manutenção de sua unidade. "Isso foi ruim para o Virgílio e cria uma situação indesejável para o PT. Mas como tenho dito, até a última hora vamos insistir para que o Virgílio desista. Mas o PT será firme para preservar sua unidade partidária", afirmou.

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