Parentes viajam para homenagear vítimas do voo 447

Parentes de passageiros brasileiros do voo 447 da Air France, que caiu há um ano no Oceano Atlântico, embarcaram hoje no Aeroporto do Galeão, no Rio, para participar de uma cerimônia de homenagem às vítimas do acidente em Paris. As despesas da viagem serão pagas pela companhia aérea, que organizou as homenagens na França.

Antes de embarcar, no entanto, o presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Nelson Marinho, que perdeu o filho na tragédia, criticou os detalhes da oferta feita pela empresa, que considerou “de mau gosto”. As famílias foram acomodadas em dois voos: o 443, às 16h20, e o 445, às 19h05 – mesmo horário de partida do voo que se acidentou.

“A Air France nos ofereceu lugares no voo noturno, mas a maioria pediu que fosse trocado. Mesmo assim, algumas pessoas vão nesse voo. É algo de muito mau gosto”, afirmou. A companhia aérea não se manifestou sobre o assunto e informou que, segundo a legislação francesa, não pode fazer declarações envolvendo o acidente enquanto a investigação estiver em curso.

De acordo com a associação, 138 parentes de vítimas brasileiras embarcariam nos dois voos do Rio para participar, ao lado de parentes das vítimas de outras nacionalidades, das cerimônias. O primeiro evento será um ato ecumênico, com a leitura de textos sagrados de diversas religiões, seguido da inauguração de um monumento para lembrar as 228 vítimas do acidente.

Marinho também demonstrou insatisfação com o local escolhido para o monumento, que, segundo ele, é um cemitério. “Está todo mundo indignado com isso. A Air France faz suas programações com imposição, sem consultar as famílias que perderam seus entes queridos. Eu não vou a Paris para participar de nenhuma cerimônia. Vou para protestar”, disse.

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