Para Polícia Federal, Dimas cobrava ?pedágio? em Furnas

Brasília (AE) – De posse de grande volume de dados recolhidos com a quebra de sigilo fiscal e telefônico determinada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, a Polícia Federal está concluindo uma devassa sobre os últimos oito anos de passagem do empresário Dimas Toledo como diretor da estatal Furnas Centrais Elétricas. As primeiras análises indicam que Dimas operava um esquema de cobrança de ?pedágio? junto a construtoras e empresas que prestavam serviços à estatal. Parte do dinheiro era usado para financiar campanhas eleitorais com caixa 2.

O esquema, no qual estariam envolvidos três filhos de Dimas, consistia em induzir as empresas a contratarem uma ?consultoria? de fachada junto a escritórios indicados por ele. Era a condição para que as empresas firmassem seus contratos com Furnas. Entre as achacadas pelo ex-diretor, conforme apurou a PF, estaria a JP Engenharia forçada a pagar R$ 700 mil por uma consultoria para obter um contrato de cerca de R$ 30 milhões com a estatal.

Dimas é investigado pela PF, a CPMI dos Correios e o Ministério Público como suspeito de ser um dos abastecedores do ?mensalão? e de ter operado um esquema de caixa 2 para vários partidos, inclusive a cúpula do PSDB, em eleições anteriores. Os filhos do ex-diretor (dois homens e uma mulher) serão chamados para explicar se os contratos que tinham com Furnas eram de fachada, o que configura crime.

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