Oposição e até aliados já discutem sucessão de Renan

A frágil situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), despertou a cobiça por sua cadeira e o debate em torno da sucessão já começou nos bastidores do Congresso. Enquanto o governo assiste impassível ao ‘sangramento’ de Renan, a oposição aposta no desgaste do adversário para acelerar a troca de comando na Casa e até aliados já planejam alternativas.

"Para cortar essa intriga pela raiz, aviso que, se Renan cair, eu não serei candidato", afirmou José Agripino (RN), líder do DEM no Senado derrotado pelo peemedebista, em fevereiro, quando disputou a presidência da Casa. Irritado com rumores de que sua ação tem como único objetivo a cadeira azul de Renan, Agripino fez um desabafo. "Daqui a pouco vão dizer que eu inventei a Mônica", esbravejou, numa referência à jornalista Mônica Veloso. "Virei bode expiatório dessa crise!".

O debate sobre a sucessão do presidente do Senado mal começou e já surgiram os primeiros sinais de que a eventual troca pode provocar disputa na base governista e prejuízos ao Planalto. Embora o nome do senador José Sarney (PMDB-AP) tenha surgido como a primeira e mais forte alternativa do PMDB para se manter à frente da direção do Senado, setores da oposição reagiram mal à possibilidade e se movimentam em busca de outra saída.

É o caso de boa parte do PSDB, que começou a discutir o assunto na terça-feira. Tucanos de expressão nacional, como o líder Arthur Virgílio (AM), rejeitaram a alternativa Sarney, classificada por dirigentes do partido como ‘um retrocesso’.

No caso de afastamento voluntário de Renan, deixando vaga a cadeira de presidente, o vice Tião Viana (PT-AC) terá prazo de até cinco dias úteis para convocar nova eleição. O regimento também diz que vale a regra da proporcionalidade das bancadas, que confere ao maior partido – o PMDB, no caso – a prerrogativa de apontar o nome do presidente a ser eleito pelo plenário.

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