Oposição diz que Lula escondeu erro principal

Brasília – Os líderes dos dois principais partidos de oposição na Câmara, PSDB e PFL, disseram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi bem em sua primeira entrevista coletiva em mais de dois anos de governo e fugiu de algumas perguntas.

O líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que foram duas horas de frases preparadas para a imprensa e que o presidente não avaliou o erro fundamental de seu governo, que seria o de não cumprir as promessas de campanha. "Lula não foi bem, principalmente no momento em que perguntaram sobre os erros. Não avaliou o erro fundamental de prometer o que não podia cumprir. Não são duas horas de coletiva que vão fazer melhorar a vida de mais dez milhões nos últimos dois anos que ficaram mais pobres, das famílias que perderam seus parentes pelo aumento da violência. Foram duas horas de frases preparadas para a imprensa brasileira", afirmou.

Já o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), disse que a imprensa foi cerceada nas perguntas, já que não podia replicar as respostas do presidente, que teria se limitado a fazer discursos. "Foram 14 longos discursos para perguntas de meio minuto que repetiram o óbvio, sem permitir aos jornalistas que fizessem qualquer réplica. Ou seja, como entrevista não valeu nada", disse.

Ainda de acordo com o tucano, Lula fugiu da pergunta sobre a relação com o Congresso e ironizou a afirmação de que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, seria um aliado do governo. "Ao falar sobre o congresso ele fugiu do tema. Disse que o Severino é um aliado. Imagine se fosse inimigo? Com aliados desses ele pode ir para casa", provocou Goldman. Já o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o presidente mostrou segurança ao falar de todos os temas e deu respostas precisas. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que Lula foi "extremamente modesto" ao apontar os três principais erros do governo. "Vai pela casa da centena", afirmou. Virgílio disse que poderia citar, "de momento, pelo menos uns 30". Ele mencionou o que considera erros da administração federal: "Aparelhamento do Estado pelo PT; desmonte da máquina administrativa; excesso de ministros; aumento da carga tributária; fracasso na área social e na reforma agrária; tratamento cruel dado aos idosos; excesso de medidas provisórias (MPs); ojeriza a investigações; intervenção inconstitucional em hospitais municipais do Rio de Janeiro, e mortes de crianças índias em Mato Grosso do Sul, coisa de Herodes", disse. 

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