Operários aceitam redução de salário para GM investir em São José

Os 9 mil trabalhadores da General Motors de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, aprovaram, por unanimidade, a proposta de investimentos de cerca de US$ 500 milhões na unidade, gerando para a região, nos próximos dois anos, pelo menos 1.500 novos empregos e colocando um ponto final na batalha travada com o Sindicato do Metalúrgicos.

Os operários aceitaram o acordo feito com a empresa, em duas reuniões, que tiveram início na manha de quarta-feira e terminaram somente na madrugada de quinta-feira (19). Foram 13 horas de muita negociação.

Ficou acertado que a empresa pagará salário inicial de R$ 1.200 aos 600 novos contratados para a linha do Corsa, R$ 100 a menos do que a empresa oferece ao iniciantes. A empresa também pagará todas as horas extras, não sendo realizado o banco de horas, amplamente rejeitado pelos sindicalistas.

A proposta descarta o Banco de Horas e prevê que a jornada poderá ser prorrogada no limite de uma hora diária, de segunda a sexta-feira, sendo paga como hora extra. Aos sábados, a jornada poderá ocorrer no limite de dois por mês, em sábados alternados, também sendo paga como hora extra.

Foi incluída uma cláusula que determina que as horas extras realizadas acima de 29 horas por mês serão pagas com adicional de 75%, de segunda a sábado, e de 130% nos domingos e feriados, até o limite de oito horas diárias.

Os 600 operários novos terão contrato de um ano, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Na assembléia imperou o otimismo dos trabalhadores. O vice-presidente, José Antonio Pinheiro Neto, participou da assembléia, e confirmou que em São José dos Campos será feito o novo carro da GM. "Somente duas fábricas no mundo vão fazer o novo modelo, que deve ser, certamente, para exportação: aqui em São Jose dos Campos e na fabrica da Tailândia."

Desde janeiro, quando o sindicato recusou o investimento para a ampliação da produção do Corsa na unidade, implantando o segundo turno, foi iniciada uma guerra entre sociedade e sindicato.

Empresários, políticos e até a Igreja Católica, em conjunto com uma comissão de funcionários da GM, engrossaram uma campanha para que a cidade ficasse com os investimentos previstos para até 2010, com a produção de um novo carro.

"O que conquistamos mostra que é possível resistir à idéia de que só com Banco de Horas e redução de direitos há criação de empregos", disse o diretor do Sindicato Vivaldo Moreira.

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